A Fiscalização da Prefeitura de Juiz de Fora interditou novamente o bar Beberico no Bairro Mariano Procópio nesta terça-feira (14). Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Urbano com Participação (Sedupp), a medida foi tomada após o descumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), realizado na
De acordo com a Fiscalização, entre as ocorrências estão o funcionamento novamente sem licença adequada, a realização de festas e eventos sem autorização, o descumprimento das exigências de adequação acústica e a reincidência em casos de poluição sonora.
A Itatiaia entrou em contato com a direção do Beberico. O proprietário Tawan Victor explicou que já estava providenciando a adequação acústica do local, com previsão de começar as obras nesta semana e deu a versão sobre o que levou à segunda interdição. Ele também falou sobre a dificuldade de fazer o local funcionar e prometeu seguir lutando mesmo diante das dificuldades. (Confira a íntegra abaixo)
Interdição aguarda análise do caso
A Secretaria de Desenvolvimento Urbano com Participação explicou que o estabelecimento fica interditado cautelarmente até que a suspensão da interdição seja autorizada pela Junta de Julgamentos Fiscais. O descumprimento da interdição está sujeita à aplicação de multa gravíssima no valor de R$ 64.839,50.
A Fiscalização ressaltou que o local está devidamente lacrado, sendo que qualquer violação do lacre configura descumprimento da ordem de interdição. Conforme a Prefeitura, caso o responsável precise fazer a retirada de qualquer material deverá ser solicitada a autorização e acompanhamento do fiscal responsável através de protocolo
Posicionamento do proprietário do Beberico
“Eu sou Tawan Victor, dono do Beberico. Assinei o TAC para a adequação acústica do bar. Sou nascido e criado na zona Norte de Juiz de Fora. Fiz aquele espaço de cultura com nenhum dinheiro, pegando emprestado, fazendo dívida. Estou fazendo ele render faz um ano. Ainda não obtive lucro, tanto que sou CLT.
Após a assinatura do TAC procurei quatro engenheiros acústicos, procurei alguns escritórios de arquitetura para fazer orçamento, realizei medições para pré-projeto da adequação acústica. As obras iriam se iniciar nesta semana. Estou agindo conforme meu alvará, que eu posso fazer voz e violão, tanto é que o que está musicado é apenas voz, quando tem.
Foi falado que eu descumpri o TAC pela poluição sonora. Mesmo eu fazendo acústico, fazendo samba, as pessoas cantam junto, batem palmas. No dia que teve a medição foi apenas isso. Nenhum instrumento microfonado. Pessoas felizes batendo palma, rolou a medição e deu como se eu tivesse descumprido, mesmo colocando som no acústico. Dentro de um samba não tem como pedir para as pessoas ficarem menos felizes ou seguraram a alegria.
Isso não tem nada a ver com a Prefeitura. A Prefeitura está cumprindo os papéis frente à instrumentalização que ela tem. Foi algo vindo do Ministério Público. Foi algo vindo de pessoas que já denunciaram outros lugares que já fecharam aqui nesta localidade.
Estamos em frente a uma linha de trem que não era para estar passando dentro da cidade, mas que faz tanto barulho quanto a gente e eu faço duas vezes por semana e e eles estão 24h fazendo, com igrejas. Estamos num lugar que foi uma cracolândia por sete anos. Mobilizamos segurança, tanto que meus vizinhos da parte de baixo amam a gente.
Isso veio de pessoal que vem depois da linha, a denúncia. Estamos tentando nos adequar, mas para adequar eu preciso ter dinheiro. E para poder ter dinheiro, eu tenho que fazer meu bar funcionar.
E se pessoas falando e cantando junto não funciona, infelizmente mais um espaço de cultura em Juiz de Fora que vai ter que ser encerrado. Depois de um ano, não vou abaixar a cabeça e vou continuar lutando pelo espaço da mesma forma”.
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