Campeão olímpico pelo Brasil, o levantador Bruninho desabafou após a derrota para os Estados Unidos, na tarde desta sexta-feira (5), em Paris. Superiores durante todo o jogo, os norte-americanos venceram por 3 sets a 1 e avançaram à semifinal da Olimpíada.
Depois da partida, em entrevista à Itatiaia, Bruninho comentou sobre o rendimento abaixo do esperado por parte da Seleção Brasileira e analisou a irregularidade do time durante o ciclo olímpico. Na capital francesa, os comandados de Bernardinho perderam com parciais de 24/26, 30/28, 19/25 e 19/25.
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“Certeza que foi o ciclo mais difícil que eu enfrentei. Apesar do bronze no Mundial, que é um belo resultado, a gente sofreu muito. Muito aquém daquilo que a gente se acostumou. Primeiro, existe uma cobrança interna. Mas não é simples manter durante mais de 20 anos, chegando sempre. Mudança de geração, novos jogadores. Tudo isso acaba influenciando. Talvez, nós, já mais velhos, também não mais no auge. Sofremos, não foi o ciclo que a gente sonhava”, afirmou.
Segundo Bruninho, o Brasil apresentou um bom nível na Olimpíada, mas não está no mais alto escalão do vôlei mundial. Em tom de cobrança, o levantador completou que é um momento duro para o esporte em nosso país, especialmente com a renovação do elenco campeão há oito anos, no Rio.
“Jogamos de igual para igual com todos, mas os caras foram melhores que a gente. Não sei dizer se foi tempo ou não, até porque o Renan fez um bom trabalho. Talvez, nesse momento, outras equipes estão na nossa frente. Em relação à Superliga, aos nossos jogadores, aos mais jovens. Temos que aceitar, nos acostumamos mal. Eu me acostumei mal. Você espera sempre que o Brasil chegue, mas essa é a realidade”, disparou.
Legado da ‘velha guarda’
Antes de deixar a quadra, Bruninho encerrou dizendo que o legado para as próximas gerações é “não desistir”.
“Agora é correr atrás desse próximo ciclo. O importante é o legado de lutar sempre, de trabalhar. Hoje, em nenhum momento, a gente deixou de lutar. É isso que eu posso deixar”, finalizou.