O ex-nadador Gustavo Borges, dono de quatro medalhas olímpicas, avaliou o cenário atual da natação no Brasil e destacou a importância da formação de base para um projeto vencedor. Borges foi o entrevistado deste domingo (7) do CNN Esportes S/A, programa apresentado por João Vitor Xavier.
O ex-nadador também projetou nomes que podem colocar o Brasil novamente entre os protagonistas. O país ainda busca consolidar um projeto esportivo capaz de garantir resultados consistentes em Olimpíadas, e a natação aparece como uma das modalidades com potencial de destaque no ciclo rumo a Los Angeles 2028.
Para Borges, o grande desafio do Brasil está em estruturar a formação de atletas desde cedo, com apoio das escolas e das famílias. Segundo ele, países como Estados Unidos e Austrália são exemplos de como o volume de praticantes aliado a uma boa infraestrutura gera resultados.
“O investimento ainda é muito focado no alto rendimento, mas a base precisa receber mais atenção. Se você fortalece a base, o fluxo de atletas para o topo é natural”, explicou.
O ex-nadador ressaltou também a importância dos clubes no processo, lembrando que instituições sociais muitas vezes enfrentam dificuldades para equilibrar o uso de suas estruturas entre associados e atletas. Para ele, exemplos como Pinheiros e Minas Tênis Clube mostram que é possível conciliar gestão e desenvolvimento esportivo.
Potenciais nomes para Los Angeles
Apesar dos desafios estruturais, Borges acredita que a natação brasileira tem chances reais de conquistar medalhas em 2028. Ele citou Ana Marcela Cunha, campeã olímpica em Tóquio, como uma das principais referências nas águas abertas.
Na piscina, destacou o fundo e meio-fundo com Guilherme Costa, quinto colocado em Paris 2024, que ficou muito próximo de um pódio. “Ele tem condições de se recuperar e chegar mais forte em Los Angeles”, afirmou.
Outro nome lembrado foi Guilherme Caribé, especialista em provas de velocidade. O nadador de 50m e 100m livre já fez finais em Mundiais e, segundo Borges, pode ser um dos destaques do próximo ciclo olímpico. “Ele é jovem, consistente e tem tempo para evoluir”, avaliou.
O futuro da natação brasileira
Gustavo Borges vê a natação nacional em processo de transição, mas acredita que os próximos anos podem consolidar uma geração capaz de competir em alto nível. Para isso, reforça que a mudança de mentalidade e a aposta a longo prazo são fundamentais.
“O caminho começa na formação, com a transição correta entre a iniciação, o competitivo e o alto rendimento. Se o Brasil entender esse fluxo, o esporte pode alcançar resultados ainda mais expressivos”, concluiu.