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Presidente do Vitória detalha negócio com a Libra e destino dos recursos

Fábio Mota espera utilizar parte dos R$ 120 milhões que o clube terá direito pela vende de 12,5% dos direitos de transmissão para pagar dívidas

Fábio Mota, presidente do Vitória

Um dos entusiastas da Liga do Futebol Brasileiro (Libra), o presidente do Vitória, Fábio Mota, tem se mostrado otimista com o efeito que o bloco comercial de 15 clubes pode ter nas negociações de direitos de transmissão. A estimativa inicial é que o Rubro-negro consiga alcançar aproximadamente R$ 120 milhões na venda de 12,5% dos seus direitos de jogos pelos próximos 50 anos. Um negócio, segundo o mandatário, até 40% superior ao oferecido pela Liga Forte Futebol (LFF) ao clube.

“Nós batalhamos muito para entrar na Libra. Saneamos primeiro a questão das finanças do clube. Resolvemos a questão certidões, não é só aderir. Quando se cria um bloco comercial, se tiver uma laranja podre no meio, afeta todas as outras. O Vitória conseguiu regularizar a sua questão tributária, conseguiu retirar as suas certidões e com isso ingressou na Libra, porque o projeto da Libra para o Vitória é mais vantajoso do que a outra Libra”, afirmou.

Fábio Mota explicou, em entrevista à Itatiaia, que o valor final oferecido ao Vitória leva em consideração o número de participações do clube nos Campeonatos Brasileiros. Um diferencial positivo para o Leão que, apesar de há cinco temporadas fora da Série A, historicamente, é acostumado a figurar na elite nacional.

“A Libra leva em consideração as participações em Campeonato Brasileiros. O Vitória é o clube do Nordeste que mais participou Brasileiros, temos 23 participações. Isso faz com que aquilo que vamos receber da Libra seja 40% a mais do que se estivéssemos na outra liga”, garantiu.

Até aqui, o bloco de 15 clubes negociou 20% das suas cotas de transmissão com a Mubadala, um fundo de investimentos dos Emirados Árabes. Esse valor é estimado na casa dos R$ 4,8 bilhões. Fábio Mota explica que, inicialmente, o Vitória teria direito a R$ 120 milhões por 12,5% dos seus direitos de transmissão. Um número ainda não fechado.

“Os números ainda não estão definidos, mas a gente sabe que os R$ 60 milhões seriam referente a 50% do que teríamos a receber. O total seria em torno de R$ 120 milhões, mas isso é uma variável, porque a Libra vendeu apenas 20% para Mubadala. Esses 20% dão quase R$ 5 bilhões. Se você multiplicar isso por cinco, vai ver que a Libra vale muito mais do que isso. Estamos falando de um aporte que entrou agora, mas que tem muito a render ainda”, afirmou.

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E o destino dos recursos?

O Vitória foi o único dos grandes clubes nordestinos que conseguiu apresentar um balaço, relativo a 2022, com superavit. Entre receitas e despesas, um total de R$ 33 milhões foram abatidos na dívida líquida rubro-negra no ano passado - após uma sequência de cinco anos consecutivos de déficits.

Apesar disso tudo, ainda assim o passivo líquido do Vitória segue sendo um dos mais altos do país: R$ 243 milhões. Fábio Mota, cuja gestão vai até o final de 2025, espera usar esse dinheiro da Libra para sanear o clube.

“Estamos muito satisfeitos em ter entrado na Libra, um avanço muito grande par ao clube. Vamos sanear as dívidas do clube com esse dinheiro, o Vitória deve cerca de R$ 200 milhões e pagando as dívidas vamos resolver um problema crônico que é o bloqueio de contas que a gente vem sofrendo mesmo tendo feito uma série de parcelamentos. Mas tem coisas que saem do controle do clube porque são ações que são fora da cidade de Salvador e da Bahia”, observou.

Vale lembrar que o Vitória teve neste mês as contas do clube bloqueadas em consequência de dívidas títulos de 2014 para pagar tributos. O clube, através do seu Departamento Jurídico, tenta uma negociação para reverter a decisão da desembargadora Regina Helena Silva, da 8ª Vara de Consumo, em Salvador. Enquanto isso, a gestão rubro-negra atravessa um momento delicado. Apesar disso, garante o presidente, todos os salários estão em dia.

Jornalista, natural do Recife, é atualmente correspondente do portal Itatiaia Esporte na região Nordeste. Com mais de uma década de experiência no jornalismo esportivo, tem passagens pela Folha de Pernambuco, Diario de Pernambuco, Superesportes e NE45. Em Portugal, trabalhou por O Jogo e Sport Magazine.