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Presidente do Vitória vê SAF do Vasco como ideal, rejeita venda na Série B e questiona: ‘Quanto vale a nossa base?’

Fábio Mota revelou que o clube já rejeitou ofertas e que só irá realizar processo de transformação em SAF quando estiver na Série A

Atacante Hulk foi revelado na base do Vitória

Pelo quinto ano consecutivo fora da elite do futebol brasileiro e em processo de reestruturação financeira e administrativa, o Vitória vive um período de cautela. À frente do clube há um ano e meio, o presidente Fábio Mota tem boa interlocução com outros mandatários de clubes pelo Brasil e vem estudando com reserva a transformação do Rubro-negro baiano em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Para esse processo andar, antes, tem uma meta: precisa devolver o time à Série A.

Enquanto pavimenta o retorno da equipe ao Brasileirão, vale lembrar que o Vitória hoje é o líder da Série B, Fábio Mota estuda. E desde já adianta: não acredita num modelo de SAF em que todos os poderes são repassados para um grupo econômico - a exemplo do que acontece com o rival Bahia, que vendeu 90% da sua SAF ao Grupo City. “Não queremos vender a alma do clube”, atirou Mota, em entrevista à Itatiaia, sem se mostrar pressionado pelas mudanças no Esquadrão.

O presidente rubro-negro apontou que simpatiza com o modelo implantado, por exemplo, no Vasco da Gama, que negociou com a 777 Partners a venda de 70% da SAF por R$ 700 milhões. "É um modelo a ser estudado. O Vasco ficou com cerca de 30%, mas não vendeu o clube, só basicamente o futebol”, disse.

Por outro lado, Fábio Mota também afirmou em está de acordo com o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, que já afirmou não ter interesse em ser um sócio minoritário de uma eventual SAF no clube. “Concordo plenamente com ele, discutimos sobre isso e não dá para não ter o controle”, disse.

Enquanto ainda está na fase de dar pistas do que deseja para o Vitória, sem ter nada efetivamente concreto, o presidente revelou que já rejeitou propostas. E que pretende ver avançar neste projeto quando o clube estiver mais valorizado e entre as melhores equipes do país novamente.

“Essa discussão deve acontecer para quando estivermos na Série A. Tivemos propostas no ano passado na Série C e eu nem quis analisar porque a marca estava desvalorizada. A estrutura que temos é muito grande e seria muito pouco dinheiro para entregar o clube. Estou aqui por amor, sou um torcedor que virei presidente. Neste momento, a gente vem saneando, melhorando a estrutura do clube”, afirmou.

Valorização da base: quanto vale o ouro do Vitória?

Hulk, Dida, David Luiz, Vampeta, Bebeto. São apenas alguns dos muitos, dezenas de jogadores que fizera sucesso a nível mundial revelados na base do Vitória. É de olho nesses talentos que fermentam no adubo rubro-negro em Salvador que o presidente Fábio Mota espera barganhar recursos e, eventualmente, ganhar um bônus expressivo numa negociação para venda da SAF.

"É o grande problema SAF: não apareceu até hoje quem consegue mensurar quanto vale a base do Vitória. Ninguém sabe. O pessoal em aqui diz quanto vale o Barradão, a sede, o CT, mas a base ninguém sabe. Vou dar dois exemplos: Hulk e Davi Luiz. Se eu tiver eles entre os 2,5 mil meninos os meus 243 milhões de dívida viram quase zero. Para discutir SAF preciso saber quem vai mensurar quanto vale a base. E não dá para discutir SAF na Série B. vamos passar aperto, mas melhor momento é quando tiver Série A”, reforçou.

E Fábio Mota vem, na medida do possível fazendo investimentos, como a reconfiguração dos campos do Centro de Treinamento com novos gramados, drenagem, “fizemos prédio base para dar mais estrutura”, acrescentou. “E um miniestádio no Barradão para a base jogar nela. Estamos fazendo academia com mais sete novos campos”, disse, orgulhoso.

O Vitória, que na gestão atual passou a ter categorias a partir do sub-9, quer ter 2,5 mil meninos academia para render frutos e balancear contas da base. De acordo com o presidente, o clube investe atualmente R$ 10 milhões por ano na sua base.

Jornalista, natural do Recife, é atualmente correspondente do portal Itatiaia Esporte na região Nordeste. Com mais de uma década de experiência no jornalismo esportivo, tem passagens pela Folha de Pernambuco, Diario de Pernambuco, Superesportes e NE45. Em Portugal, trabalhou por O Jogo e Sport Magazine.