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777 Partners questiona liminar que afastou empresa da gestão do Vasco e ataca Pedrinho

Empresa norte-americana chama decisão do TJRJ de “aberração jurídica” e acredita que o fato pode ser desastroso para o futuro das SAFs no país

Vasco vive dias de disputa judicial entre associação e a 777 Partners

A 777 Partners demonstrou indignação com a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que acatou, na noite dessa quarta-feira (15), um pedido da Associação do Vasco da Gama para afastar a empresa norte-americana, sócia-majoritária da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) vascaína. A medida foi deferida em caráter liminar.

Em nota divulgada nesta quinta-feira (16), a 777 chama a decisão de “aberração jurídica”, afirma que não teve acesso aos autos do processo para responder legitimamente e atacou o ex-meia Pedrinho, presidente da Associação do Vasco da Gama.

A 777 afirma ainda que essa decisão pode trazer consequências desastrosas para a Lei da SAF no Brasil. Na visão da empresa, ninguém vai querer investir em um clube brasileiro com o risco de perder o comando sem cometer infrações.

Veja a nota completa da 777 Partners

A 777 Partners recebeu com surpresa e indignação, por meio dos veículos de comunicação, a decisão, em caráter provisório, de afastar a empresa do comando do Vasco SAF.

A liminar, proferida durante a noite em um caso no qual não tivemos acesso aos autos para responder legitimamente, é uma aberração jurídica e coloca em xeque não apenas o futuro do Vasco da Gama, mas o sistema do futebol brasileiro como um todo. Somos investidores internacionais, confiamos no Brasil e na Lei da SAF, projeto criado para permitir a recuperação de grandes clubes por meio de injeção de capital e gestão profissional.

Desde a aquisição de 70% das ações da Vasco SAF, não deixamos de cumprir uma única cláusula contratual com o CRVG, injetamos mais de R$310 milhões no caixa, aporte essencial para iniciar um projeto de reconstrução do clube. Formamos um novo Vasco, onde os salários de atletas e funcionários são pagos em dia, credores são respeitados e dívidas são quitadas, fatos raros no futebol brasileiro.

O trabalho de reconstrução é agora suspenso por uma decisão monocrática, sem nenhum embasamento legal e motivada pelos desejos egoístas da nova administração. O episódio, ainda que em caráter liminar, certamente trará efeitos negativos para o time de futebol.

A insegurança jurídica provocada pelo fato ameaça também o futuro do futebol brasileiro. Não há dúvidas de que trará consequências desastrosas para a Lei da SAF. A pergunta que fica é: que empresa terá coragem para investir milhões de dólares em uma SAF com o risco de perder o poder de comando do dia para a noite em uma canetada, sem ter cometido uma única infração contratual?

Lamentamos profundamente a posição belicosa e intransigente dos novos dirigentes do CRVG, em especial de seu presidente, que nunca se dispôs a discutir soluções para o Vasco no foro adequado, as reuniões do Conselho de Administração da SAF.

Enquanto fomos atacados publicamente pelos novos representantes da associação, seguimos trabalhando diuturnamente pelo Vasco e honrando todas as nossas obrigações. Há uma semana, por exemplo, anunciamos o maior contrato de patrocínio da história centenária do clube.

Queremos reafirmar nosso compromisso com o Vasco e sua enorme torcida, logo que as condições para que o processo de reconstrução do clube sejam restabelecidas, com a reversão da decisão.

Reiteramos nossa confiança na Justiça e nas leis do Brasil e temos absoluta certeza de que a absurda liminar será derrubada quando a 777 Partners for notificada e puder apresentar a defesa no processo.

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Pedrinho explica ação

Em entrevista, Pedrinho foi enfático ao dizer que o departamento de futebol segue sob controle da SAF. Ou seja, a 777 seguirá responsável pelas decisões no campo, mas não terá o controle de ações financeiras.

“O futebol não volta para o associativo. O futebol permanece e permanecerá com o Vasco SAF. Isso é definitivo, não tem a menor hipótese de acontecer o contrário. A SAF continuará pra sempre. Eu quero deixar claro também, que todo planejamento esportivo e financeiro do futebol continua com a SAF. Quero dizer também que tive uma conversa com alguns diretores da SAF, para tranquilizar a todos. Ninguém quer chegar ao nível judicial”, iniciou.

“Em nenhum momento nós entramos com qualquer tipo de interesse em briga com nossos sócios. O que nós fizemos foi uma promessa de campanha, que era fiscalizar e cobrar. Eu entrei para pagar um preço que ninguém queria pagar. Estou pagando e vou pagar. A ação é, exclusivamente, de proteção à Vasco SAF. Justamente para não acontecer o que aconteceu com um time belga (Standard Liège). A ação é para proteger as ações da Vasco SAF. Justamente para que não houvesse nenhum bloqueio à Vasco SAF e o Vasco fosse prejudicado, entrando num colapso financeiro”, seguiu.

Em sequência, Pedrinho ainda deixou claro que o problema do Vasco com a 777 é, exclusivamente, sobre legitimidade financeira e descumprimento de contratos. O dirigente ainda acrescenta que a decisão foi feita com a intenção do Vasco não ‘quebrar’

“Eu quero deixar muito claro para você, torcedor do Vasco: a minha intenção vai ser sempre fazer o melhor para o Vasco. Não pense que estou feliz de entrar na ação. A culpa não é minha de ter que entrar na ação, eu fiz isso por vocês. Eu fiz isso por vocês, com a melhor da intenções, para o Vasco SAF não ‘quebrar’”, concluiu.


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Túlio Kaizer é chefe de reportagem do portal Itatiaia Esporte e tem grande experiência no digital. Foi setorista dos três grandes clubes do futebol mineiro: América, Atlético e Cruzeiro. Cobre também basquete, vôlei, esportes americanos, esportes olímpicos e e-sports.
Jornalista esportivo desde 2006 e com passagens por Lance!, Extra e assessorias de marketing esportivo. É correspondente da Itatiaia no Rio de Janeiro. Tem pós-graduação em Jornalismo Esportivo e formação em Análise de Desempenho voltado para mercado.