O técnico Ramon Menezes disse que o Brasil Sub-23 só depende dele no Torneio Pré-Olímpico e o volante, e capitão, Andrey Santos falou que a derrota de 1 a 0 para o Paraguai, na segunda-feira (5), é página virada. O grupo anda acredita na classificação para a Olimpíada de Paris, no meio do ano, mas a tarefa é complicada e a história comprova isso.
Em sete edições do Pré-Olímpico do futebol masculino com o regulamento prevendo um quadrangular para decidir as duas vagas da América do Sul para os Jogos Olímpicos, somente uma vez um time que perdeu na estreia dessa fase final conseguiu a vaga. E foi o Brasil.
Entre abril e maio de 1987, na Bolívia, a Conmebol organizou a competição que classificaria para a Olimpíada de Seul, na Coreia do Sul, mais de um ano depois, entre 17 de setembro e 2 de outubro. O regulamento era igual o atual: dois grupos de cinco, com os dois primeiros de cada indo ao quadrangular decisivo.
O Brasil passou em segundo do Grupo 1, com a Colômbia em primeiro. Argentina e Bolívia avançaram na outra chave. E a Seleção Brasileira estreou na fase final perdendo para os argentinos, por 2 a 0. Só que as vitórias na sequência sobre a Colômbia e a Bolívia, ambos por 2 a 1, garantiram a vaga olímpica, junto com a Argentina.
O Brasil seria medalha de prata em 1988, perdendo a final para a União Soviética. O time no Pré-Olímpico de 1987 tinha jogadores que seriam estrelas da Seleção principal em Copas do Mundo, como Jorginho, Bebeto, Valdo e Ricardo Rocha, além de jogadores que se destacariam em grandes clubes como Zé Carlos, Evair, Mirandinha, João Paulo e Edu Marangon.
Regulamento complicado
O empate entre Venezuela e Argentina por 2 a 2, no segundo jogo do quadrangular do Pré-Olímpico em andamento, foi bom para o Brasil, que de fato vai a Paris-2024 com duas vitórias. O time enfrenta os venezuelanos, donos da casa, na próxima quinta-feira (8), às 20h (de Brasília), em Caracas, e a Argentina no domingo (11), em horário a definir.
Mas a história mostra que sair perdendo em um torneio de tiro curtíssimo não é fácil. Em 2004, um timaço Sub-23 com Diego Ribas, Robinho, Elano, Dudu Cearense, Nilmar, entre outros, comandado pelo ex-zagueiro Ricardo Gomes, técnico em ascensão, perdeu na estreia do quadrangular no Pré-Olímpico do Chile, 1 a 0 para a Argentina, e não conseguiu se recuperar.
Antes desta edição, em 1987 foi a única vez que o Brasil perdeu na estreia do quadrangular, nas seis vezes em que jogou essa fase. Antes de 1984, o Pré-Olímpico tinha outro regulamento, com todas as Seleções se enfrentando. Para as Olimpíadas de Pequim-2008 e Londres-2012, a Conmebol usou o Campeonato Sul-Americano Sub-20 como qualificatório. E na Rio-2016 a vaga ao Brasil foi direta por ser o anfitrião.
“Eu disse aos jogadores, não importa como começa, importa como termina. Só dependemos da gente, temos dois jogos. Respeitamos todos os adversários, mas temos totais condições de fazer dois bons jogos, vencer e se classificar”, disse Ramon Menezes após a derrota para o Paraguai.
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