Leila Pereira, presidente do Palmeiras, falou nesta quarta-feira (11) sobre as poucas contratações do Verdão para a temporada e justificou a ausência de reforços na janela do meio do ano com a insegurança do Brasil.
“Os atletas que foram escolhidos pela nossa comissão técnica não quiseram vir jogar aqui”, disse.
"É importante retroagirmos ao meu primeiro ano de mandato. Nós trouxemos cerca de 10 atletas. A presidente nunca contrata isoladamente, nós decidimos em conjunto: a presidente, a comissão técnica e nosso diretor de futebol. Sem a anuência desses três, ninguém entra e ninguém sai. Temos um planejamento a cada ano, em que o Abel se posiciona, sobre o que ele precisa, e essas solicitações vão para a nossa análise de mercado”, iniciou Leila Pereira em entrevista coletiva na Academia de Futebol, em São Paulo.
Em 2022, nomes contratados como Atuesta, Flaco López, Merentiel e Jaílson exigiram recursos dos cofres do Verdão, mas não geraram o retorno esperado. Ao mesmo tempo, as saídas de Danilo, Gustavo Scarpa e a lesão de Dudu causaram perda técnica significativa para o elenco de Abel Ferreira.
“Ano passado contratamos, alguns não se adaptaram. É um investimento alto e você não tem a certeza de que ele vai performar, é muito subjetivo, alguns atletas não se adaptaram, tivemos que emprestá-los”, analisou a presidente.
E para 2023?
Na temporada atual, o Palmeiras trouxe Richard Ríos e Artur no início do ano, mas não contratou nem repôs nenhuma peça no restante da temporada. A busca pelo “camisa 5" se manteve, mas sem sucesso.
“Em 2023, tivemos um pouco mais de cuidado, por responsabilidade financeira. Eu não vou sobrecarregar o Palmeiras financeiramente para dar satisfação a jornalistas, com todo respeito que tenho a vocês, alguns torcedores. Quem paga essa contratação é o clube e eu não posso sobrecarregar o clube acima do que é possível pagar. Eu penso o Palmeira a longo prazo. Quero que o Palmeiras continue sendo protagonista sempre”, explicou.
A presidente do Verdão justificou os insucessos nas negociações com o atual status de segurança do futebol brasileiro, lembrando fala de Abel Ferreira sobre atletas ameaçados que optaram por deixar o clube durante a temporada.
“No meio do ano tentamos sim, mas os atletas que foram escolhidos pela nossa comissão técnica não quiseram vir jogar no Brasil. É muito difícil morar aqui, a insegurança do nosso país, dos nossos clubes, causam verdadeira repulsa. O próprio Abel na última coletiva dele falou isso, que tivemos que liberar alguns atletas no meio do ano por causa disso. Eu entro nas negociações quando não está andando na velocidade que eu penso, eu mesmo ligo, falo com o atleta, falo com o empresário, e essa é a dificuldade que nós temos”, finalizou a mandatária.
Leila Pereira vê um elenco em 2023 que conquistou a Supercopa do Brasil e o Campeonato Paulista, mas sucumbiu na segunda metade da temporada com eliminações nas quartas de final da Copa do Brasil, semifinal da Copa Libertadores e título distante no Campeonato Brasileiro.