Revelado nas categorias de base do Cruzeiro, o meia Diego Andradina vive uma daquelas histórias de superação no futebol. Com 21 anos, o jogador se reencontrou no esporte com a camisa do Livyi Bereh, clube da Primeira Divisão da Ucrânia.
Nem mesmo a situação de guerra na Ucrânia, em conflito com a Rússia há três anos, foi obstáculo para que o atleta desistisse do sonho de voltar a jogar futebol.
Mesmo assim, o atleta revela que já passou por momentos complicados em terras ucranianas.
“É uma realidade muito diferente da que eu vivia no Brasil. Já precisei dormir três dias em um bunker por conta dos alertas de ataque. É uma situação difícil, mas o povo aqui mostra uma força admirável para seguir em frente. Vim com o sonho de mostrar meu futebol e tento aproveitar da melhor forma, sempre com cuidado e atenção às recomendações”, destacou o jogador.
Andradina chegou ao futebol ucraniano no começo de 2025. Com a camisa do Livyi Bereh-UCR ele fez dez jogos, não marcou gols, mas deu duas assistências.
Na base do Cruzeiro
No Brasil, Andradina jogou com o atacante Vitor Roque na base do Cruzeiro.
“Ter defendido as cores do Cruzeiro foi uma das maiores experiências que tive na minha carreira até hoje. Tinha o sonho de chegar à categoria profissional, mas creio que tudo tem um propósito. Deus tinha outros planos para a minha trajetória e, graças a Ele e a muito trabalho, pude me profissionalizar no Taquaritinga e, depois, ter essa chance no futebol europeu. De qualquer forma, sou grato ao Cruzeiro por ter feito parte da minha formação e da pessoa que sou hoje”, contou Diego.
Servente de pedreiro
Durante a pandemia, Diego Andradina chegou a trabalhar como servente de pedreiro. Como o futebol ficou paralisado naquela época, Andradina viveu uma fase complicada que quase o fez desistir da carreira de jogador.
Como profissional, defendeu o Taquaritinga em duas passagens (2023 e 2024) e jogou a Série A2 do Paulistão pelo Comercial, em 2024. Na volta ao Taquaritinga, encerrou a temporada como artilheiro da equipe na Copa Paulista. Esse desempenho chamou a atenção do mercado europeu.
Fã de Matheus Pereira
Na Ucrânia, disputou 10 jogos e deu duas assistências em sua temporada de estreia. Fora de campo, vive em um hotel cedido pelo clube e tem se dedicado ao estudo do inglês para se adaptar melhor à rotina no Leste Europeu. Além do idioma, encara o frio rigoroso, as diferenças culturais e a constante sensação de incerteza que a guerra provoca. Com personalidade tranquila, Diego se inspira no caminho trilhado por outros brasileiros que se destacaram no exterior, como Matheus Pereira, hoje no Cruzeiro.