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Namorada de Caio, do Atlético, manda recado após caso de racismo na Colômbia: ‘Medíocre’

Torcedor do Bucaramanga foi preso após a vitória do Galo na Sul-Americana por insultos raciais ao lateral

Caio, lateral do Atlético, e Marcella de Marchi, namorada

A influenciadora Marcella de Marchi, esposa do lateral Caio, do Atlético, usou as redes sociais para mandar uma mensagem ao marido, vítima de ofensas racistas após a partida contra o Atlético Bucaramanga, na Colômbia, nessa quinta-feira (17), pela Copa Sul-Americana.

“Sem comentários. Só consigo pensar no quanto nossa sociedade já deveria ter evoluído. Triste pensar como ainda existem pessoas com essa mentalidade medíocre. Completamente inadimissível”, começou Mah, como é conhecida.

“Te amo, amor. Mesmo longe tô aí pertinho”, completou a influenciadora.

Entenda o caso

Um torcedor do Atlético Bucaramanga-COL foi preso, nessa quinta-feira (17), após a vitória do Atlético diante da equipe local por 1 a 0, pelos playoffs da Copa Sul-Americana, no Estádio Américo Montanini, em Bucaramanga, na Colômbia. Caio, lateral do Galo, foi o alvo da ofensa do torcedor local.

O homem foi identificado pela polícia local. O Atlético informou que registrará um boletim de ocorrência sobre o acontecido.

Hulk foi um dos mais exaltados em campo. O capitão atleticano discutiu com torcedores da equipe colombiana. Ele estava acompanhado de Scarpa, Rony e outros jogadores alvinegros. O policiamento do estádio foi acionado para buscar o torcedor nas arquibancadas.

“Eu fico surpreso por que o povo colombiano é muito parecido com o brasileiro. A gente sempre se deu muito bem, me estranha o movimento que houve. Quem fez terá que responder pela consequência até que se acabe isso”, disse Cuca, em entrevista coletiva.

Recorrência de casos

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) definiu, em 2023, uma política de “tolerância zero” para casos de racismo. Em 2025, reforçou que o combate ao preconceito e a discriminação era um dos pilares da instuição. Desde o ano da fala sobre punições severas, pelo menos 16 casos foram observados com a aplicação de multas ou estádio parcialmente fechados.

No dia 3 de abril, no Estádio Nacional do Peru, em Lima, um torcedor do Sporting Cristal, time da casa, imitou um macaco na direção dos palmeirenses presentes na arquibancada. O caso aconteceu após a vitória alviverde por 3 a 2, pelo Grupo H do torneio.

Na noite anterior, no dia 2 de abril, um torcedor do Talleres-ARG foi flagrado imitando um macaco na direção de torcedores do São Paulo. A Conmebol abriu uma investigação sobre a denúncia.

Em 2025, é a segunda vez que o Palmeiras sofre com racismo em competições sul-americanas. Em março, um torcedor do Cerro Porteño-PAR imitou um macaco na direção de jogadores do Verdão durante jogo da Copa Libertadores Sub-20.

O atacante Luighi deu entrevista cobrando uma postura enérgica da Conmebol e foi às lágrimas. O clube paraguaio foi punido com multa e foi proibido de ter torcedores em jogos da Libertadores Sub-20.

2024

Em 2024, o San Lorenzo foi punido pela Conmebol com multas em duas oportunidades por gestos racistas em jogos contra times brasileiros. Os argentinos fizeram gesto imitando macacos em jogos diante do Palmeiras e do Atlético.

2023

O ano registrou o maior número de casos desde o anúncio de ‘tolerância zero’ por parte da Conmebol. No total, 12 casos em jogos das competições sul-americanas.

O Atlético foi alvo duas vezes de preconceito em jogos na Libertadores. Diante do Carabobo, na Venezuela, e contra o Libertad, no Paraguai, torcedores locais chamaram os brasileiros de macaco. Os casos foram punidos com multa.

Também foram registrados atos preconceituosos nos jogos de Internacional (contra o Uruguai, na fase de grupos da Libertadores), Flamengo (contra o Racing na mesma fase), Santos (contra o Audax Italiano, pela Sul-Americana) e Santa Fe-COL (contra o Gimnasia, em La Plata, pela Sula).

Torcedores do San Lorenzo foram presos por praticarem ato racista em jogo das oitavas de final da Sul-Americana contra o São Paulo. A Conmebol não anunciou punições.

O Newell’s Old Boys foi punido por atos racistas dos torcedores em jogos contra o Corinthians e Santos.

Também na Argentina, torcedores do River imitaram macaco na direção do ônibus do Fluminense.

O clube argentino foi punido com multa e teve um dos setores do estádio fechado. Na partida com o setor fechado, um torcedor do River mostrou um celular com a mensagem “macacaos em uma jaula” para a torcida do Internacional.

O jogo entre Corinthians e Universitario, do Peru, também ficou marcado por um gesto criminoso. Sebastian Avellino Vargas, então preparador físico da equipe peruana, foi preso após denúncia do Ministério Público de São Paulo.

O profissional foi preso por praticar atos racistas e foi condenado com pena de dois anos de reclusão. A punição foi substituída por pagamento a uma instituição social. A Conmebol suspendeu o condenado por dez jogos.

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Atlético Bucaramanga x Atlético

Numa partida recheada de emoções, o Atlético venceu o Bucaramanga pelo placar mínimo. A vitória atleticana foi dramática. Isso porque logo no início do segundo tempo, Alan Franco recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso.

Mas, pouco tempo depois, Igor Gomes, que entrou na etapa complementar, foi agarrado dentro da área e o juiz assinalou pênalti. Hulk converteu e garantiu a vitória para o Galo.

Com o triunfo, o Atlético joga por um empate no jogo de volta, na Arena MRV, em Belo Horizonte, no próximo dia 24.

Giovanna Rafaela Castro é jornalista em formação e integra a equipe do portal Itatiaia Esporte
Leonardo Parrela é repórter multimídia na área de esportes na Itatiaia. É formado em Jornalismo pela PUC Minas. Antes da Itatiaia, colaborou com Globo Esporte, UOL Esporte e Hoje Em Dia, onde cobriu Copa do Mundo, Olimpíada e grandes eventos.