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Luighi, do Palmeiras, reage à repercussão do caso de racismo e manda recado

Atacante do Palmeiras foi alvo de injúrias raciais em partida da Copa Libertadores Sub-20, no Paraguai

Alvo de racismo em jogo do Palmeiras, o atacante Luighi comentou nesta sexta-feira (7) sobre a repercussão do caso. O jovem foi vítima de injúria nessa quinta (6), durante a vitória alviverde sobre o Cerro Porteño-PAR, pela segunda fase da Copa Libertadores Sub-20, no Estádio Gunther Vogel, em Assunção-PAR.

“Não sei o que falar. No momento, me subiu um ódio na cabeça. Até porque tinham vários policiais do lado, e isso que me deixou mais bravo, por eles não terem feito nada. Fica o aprendizado. Na hora ficamos bravos, perdemos a cabeça, mas tem pessoas desse tipo no mundo. Até quando vamos viver isso?”, disse Luighi.

“Um recado que eu mandaria é para as pessoas que fazem esse tipo de racismo. Que parem. Você não está no corpo da pessoa que sofreu racismo. Às vezes, você fala, mas não sente que a pessoa transmite. É uma dor que eu peço para que nenhuma pessoa sofra. Até quando vão existir pessoas assim? Até quando o futebol vai admitir isso?”, finalizou.

Caso de racismo

Torcedores paraguaios presentes no Estádio Gunther Vogel, em Assunção, cuspiram e chamaram de macaco o atacante brasileiro, em mais um caso de racismo em competições da América do Sul. O jogador foi às lágrimas no banco de reservas, após ser substituído. O Palmeiras venceu por 3 a 0.

Durante o segundo tempo da partida, um torcedor com uma criança no colo imitou um macaco em direção a Figueiredo, do Palmeiras. Pouco depois, Luighi alertou ao árbitro que foi chamado de macaco por um torcedor. Ele também levou uma cusparada. No banco de reservas, o atacante chorou.

Após a partida, Luighi foi entrevistado pela Conmebol e se revoltou ao ser perguntado sobre o jogo que havia acabado de se encerrar. Ele chorou e desabafou com mais uma ofensa racista contra jogadores brasileiros em competições internacionais.

“Não, não. É sério isso? Vocês não vão me perguntar sobre o ato de racismo que ocorreu hoje comigo? É sério? Até quando vamos passar por isso? Me fala, até quando? O que fizeram comigo é crime, não vão perguntar sobre isso?”, desabafou Luighi, que criticou a Conmebol.

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Solicitação da CBF

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enviou uma representação nesta sexta-feira (7) à Conmebol para pedir a exclusão do Cerro Porteño-PAR da Copa Libertadores Sub-20. A entidade exige que os torcedores flagrados em atos racistas sejam punidos com proibição de entrar em estádio e até criminalmente, a depender da legislação paraguaia.

Palmeiras

Além da CBF, o Palmeiras subiu o tom sobre o caso de racismo contra o atacante Luighi. Nas redes sociais, o Verdão se solidarizou com o jovem e garantiu que irá tomar todas as medidas possíveis para que a justiça aos atletas seja feita. Além do Alviverde Paulista, outros gigantes do futebol brasileiro se pronunciaram, como Corinthians e Cruzeiro.

“A Sociedade Esportiva Palmeiras presta toda solidariedade aos atletas do clube que estão disputando a Libertadores Sub-20 no Paraguai e comunica que irá até as últimas instâncias para que todos os envolvidos em mais esse episódio repugnante de discriminação sejam devidamente punidos”, publicou o Alviverde.

Cerro Porteño

Depois da repercussão do caso, o Cerro Porteño publicou nota nas redes sociais e repudiou “todo tipo de ato de racismo”. O clube paraguaio se solidarizou com Luighi e condenou o comportamento discriminatório dos torcedores. Abaixo, veja o pronunciamento paraguaio publicado nesta sexta-feira (7).

“O Clube Cerro Porteño expressa seu total repúdio a todo tipo de atos de racismo, xenofobia e discriminação, ao mesmo tempo solicitamos o apoio de todos os atores do futebol e da própria sociedade para alcançar um futebol saudável, livre de atos que prejudicam e mancham a maior celebração do esporte.

Em relação ao fato registrado no jogo Cerro Porteño x Palmeiras, pela Copa CONMEBOL Libertadores Sub 20, expressamos que nenhuma provocação pode levar a este tipo de acontecimentos condenáveis, nossa total solidariedade ao jogador Luighi e reiteramos que desde nossa instituição condenamos veementemente todo tipo de comportamento discriminatório e comentários ofensivos em instalações esportivas, em todo o ambiente do futebol e da sociedade.

Evitemos cair em provocações que possam levar a esse tipo de comportamento. Vamos cuidar da festa do futebol”, publicou o Cerro.

Posição da Conmebol

A Conmebol também se pronunciou sobre o tema. “A CONMEBOL rejeita categoricamente todo ato de racismo ou discriminação de qualquer tipo. Medidas disciplinares apropriadas serão implementadas, e outras ações estão sendo avaliadas em consulta com especialistas da área”, comunicou a instituição.

Jornalista pela PUC Minas, Pedro Leite é repórter do portal Itatiaia Esporte. Tem experiência na cobertura diária de portais, redes sociais e jornal impresso. Apaixonado por futebol, já passou pelo Superesportes.
Nuno Krause é chefe de reportagem do portal Itatiaia Esporte. Antes, foi correspondente da Itatiaia no Nordeste. Formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), acumula passagens por Bahia Notícias, Jornal A TARDE e Rádio Salvador FM
Formado em jornalismo pela PUC-Campinas em 2000, trabalhou como repórter e editor no Diário Lance, como repórter no GE.com, Jornal da Tarde (Estadão), Portal IG, como repórter e colunista (Painel FC) na Folha de S. Paulo e manteve uma coluna no portal UOL. Cobriu in loco três Copas do Mundo, quatro Copas América, uma Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes, Eliminatórias e finais de diversos campeonatos.
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