Um torcedor do Atlético Bucaramanga-COL foi preso, nesta quinta-feira (17), após a vitória do
O homem foi identificado pela polícia local. O Atlético informou que registrará um boletim de ocorrência sobre o acontecido.
O sistema de som do estádio anunciou, durante os 15 minutos de intervalo, mensagens contra o racismo. O protocolo instaurado pela Fifa prevê a divulgação de mensagens para os torcedores antes de ações como a pausa ou até o adiamento da partida.
Hulk foi um dos mais exaltados em campo. O capitão atleticano discutiu com torcedores da equipe colombiana. Ele estava acompanhado de Scarpa, Rony e outros jogadores alvinegros. O policiamento do estádio foi acionado para buscar o torcedor nas arquibancadas.
“Eu fico surpreso por que o povo colombiano é muito parecido com o brasileiro. A gente sempre se deu muito bem, me estranha o movimento que houve. Quem fez terá que responder pela consequência até que se acabe isso”, disse Cuca, em entrevista coletiva.
Atlético se pronuncia
O Atlético se pronunciou pouco depois do fim da partida, em nota oficial. Confira o conteúdo na íntegra:
“Lamentavelmente, mais um caso de injúria racial em competição sul-americana!
O atleta Caio foi vítima de ofensas racistas no jogo desta noite, em Bucaramanga, na Colômbia.
Foi feito o Boletim de Ocorrência, e o torcedor foi identificado e preso.
O Atlético seguirá acompanhando o caso.
Essa situação é revoltante e precisa acabar de uma vez por todas!
Até quando teremos que conviver com esse absurdo? Até quando?!!!
Força, Caio. Estamos com você!”.
Recorrência de casos
A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) definiu, em 2023, uma política de “tolerância zero” para casos de racismo. Em 2025,
No dia 3 de abril, no Estádio Nacional do Peru, em Lima, um torcedor do Sporting Cristal, time da casa,
Na noite anterior, no dia 2 de abril, um torcedor do
Em 2025, é a segunda vez que o Palmeiras sofre com racismo em competições sul-americanas. Em março, um torcedor do Cerro Porteño-PAR imitou um macaco na direção de jogadores do Verdão durante jogo da Copa Libertadores Sub-20.
O
2024
Em 2024, o San Lorenzo foi punido pela Conmebol com multas em duas oportunidades por gestos racistas em jogos contra times brasileiros. Os argentinos fizeram gesto imitando macacos em jogos diante do Palmeiras e do Atlético.
2023
O ano registrou o maior número de casos desde o anúncio de ‘tolerância zero’ por parte da Conmebol. No total, 12 casos em jogos das competições sul-americanas.
O Atlético foi alvo duas vezes de preconceito em jogos na Libertadores. Diante do Carabobo, na Venezuela, e contra o Libertad, no Paraguai, torcedores locais chamaram os brasileiros de macaco. Os casos foram punidos com multa.
Também foram registrados atos preconceituosos nos jogos de Internacional (contra o Uruguai, na fase de grupos da Libertadores), Flamengo (contra o Racing na mesma fase), Santos (contra o Audax Italiano, pela Sul-Americana) e Santa Fe-COL (contra o Gimnasia, em La Plata, pela Sula).
Torcedores do San Lorenzo foram presos por praticarem ato racista em jogo das oitavas de final da Sul-Americana contra o São Paulo. A Conmebol não anunciou punições.
O Newell’s Old Boys foi punido por atos racistas dos torcedores em jogos contra o Corinthians e Santos.
Também na Argentina, torcedores do River imitaram macaco na direção do ônibus do Fluminense.
O clube argentino foi punido com multa e teve um dos setores do estádio fechado. Na partida com o setor fechado, um torcedor do River mostrou um celular com a mensagem “macacaos em uma jaula” para a torcida do Internacional.
O jogo entre Corinthians e Universitario, do Peru, também ficou marcado por um gesto criminoso. Sebastian Avellino Vargas, então preparador físico da equipe peruana, foi preso após denúncia do Ministério Público de São Paulo.
O profissional foi preso por praticar atos racistas e foi condenado com pena de dois anos de reclusão. A punição foi substituída por pagamento a uma instituição social. A Conmebol suspendeu o condenado por dez jogos.