Depois de uma série de entrevistas, negociações e ofertas, o Botafogo acertou a contratação de Renato Paiva como novo treinador. A chegada do português encerra um período de 54 dias sem técnico, no qual o time teve resultados ruins no Estadual e amargou os vices da Supercopa do Brasil e da Recopa Sul-Americana. John Textor, proprietário da SAF, defendeu o planejamento do clube.
Após a derrota para o Racing-ARG, nesta quinta (27), o empresário relembrou a contratação de Artur Jorge, em abril de 2024, e os títulos da Libertadores e do Brasileirão para justificar a “calma” no processo de escolha.
“Como sabem, eu levei um tempo para contratar Artur Jorge no ano passado. Ele começou na semana que a temporada começou (referindo-se à estreia na fase de grupos da Libertadores). Não sou presidente associativo, não apoio uma temporada de 11 meses, invisto significativamente nos atletas, não vou queimá-los”, iniciou John Textor.
“Vamos ver a história de 2024. Fomos horríveis no Carioca. Lutamos pelo quinto lugar enquanto lutava para montar o elenco e buscava um treinador. Soa familiar? Parece 2025. Se eu fiz do meu jeito e entregamos o melhor ano na história do clube, porque mudar? Uma coisa que aprendi é que mudamos o desespero da torcida por ganância. Nossos fãs, agora, esperam títulos. Eu peço para que pensem nisso”, disse à imprensa no Nilton Santos.
Renato Paiva foi formado nas divisões de base do Benfica, clube o qual John Textor tem relação próxima e grande admiração pela formação de talentos - tanto de atletas como de técnicos.
Esse foi um dos fatores principais que levaram à escolha de Paiva, afirmou Textor. O norte-americano ainda elogiou a forma como o Bahia, clube que o português trabalhou em 2023, atuava.
“Posicionamento em campo é tudo. Você consegue tomar decisões rápidas. Move a bola rápido. É o que gosto desse treinador. Também gosto que ele passou 15 anos na academia. Teve muitas oportunidades de subir e nao quis. Precisamos construir confiança na juventude. Precisamos construir uma base de jovens que almejam treinar e jogar no time principal. Ele conhece o Brasil. Eu amo o jeito que o Bahia jogava, em termos de como treinou. Mas passar 15 anos na base, para desenvolver talento, faz dele o técnico certo para nós”, afirmou.
Confira, abaixo, outras respostas de John Textor:
Início de temporada e busca por um técnico
"É uma pena que agora que somos os campeões do Brasil e da América do Sul, que meus métodos nos deixam despreparados para jogos como o de hoje. Eu não sei se vou ajustar isso. Talvez, se vencermos a Libertadores todo ano, eu tenha que ajustar. Ainda estamos construindo. Tivemos que nos despedir de grandes homens que nos fez muito bem, mas talvez não sejam do perfil técnico, inteligente e rápido que queremos no Botafogo. O nosso jeito é assim.”
O que o fez escolher Renato Paiva?
“Vários técnicos queriam vir pelo dinheiro, outros pela fama, eu precisava de alguém pronto e preparado para treinar do nosso jeito. Finalmente, achei o nome antes do que achei em 2024. Todos sabem que passo muito tempo com amigos do Benfica. Eagle é nomeado por acreditar que eu compraria o Benfica em um momento. Ou uma parte deles. Eu amo a academia, os treinadores, a forma como aplicam a estrutura e a dinâmica aqui no Botafogo. Se queremos jogar rápido, precisamos de jogadores que entendam a estrutura e saibam os companheiros estão.”