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Ídolo do Atlético, Marques revela bastidor inédito de final do Brasileirão de 99

Ex-atacante relembrou drama físico que o tirou das duas últimas partidas da decisão contra o Corinthians

Marques revelou drama que passou em tentativa de recuperação de lesão na final do Brasileiro de 99

Em entrevista concedida nessa segunda-feira (19) ao GaloCast, projeto da GaloTV no YouTube, Marques, ex-atacante do Atlético, revelou detalhes inéditos sobre o drama vivido na final do Campeonato Brasileiro de 1999, contra o Corinthians.

Um dos grandes ídolos da história do Alvinegro, o ex-jogador explicou os bastidores de sua lesão na primeira partida da decisão contra a equipe paulista e os esforços feitos para tentar retornar aos jogos seguintes, o que acabou não sendo possível.

Marques, que foi peça fundamental na campanha do Galo e terminou como vice-artilheiro do time na competição, lembrou que a ausência de recursos médicos mais modernos foi determinante para sua condição física.

“Cara, não existia na época toda a tecnologia e estrutura fisiológica que se tem hoje para avaliar se o atleta está propenso a lesões. Tenho certeza de que, se eu não tivesse jogado o primeiro jogo, teria condições de disputar os dois próximos. O segundo seria no domingo seguinte, e o terceiro, numa quinta-feira. Mas já entrei no primeiro jogo desgastado” contou.

Lesão no primeiro jogo

Durante a partida de ida, disputada no Mineirão, Marques sentiu uma fisgada incomum na parte posterior da coxa logo nos primeiros minutos. Mesmo com a vitória atleticana por 3 a 2, o atacante deixou o gramado sabendo que sua participação na final estava comprometida.

“Senti uma fisgada que nunca tinha sentido na vida. Ali, já percebi que o campeonato tinha acabado para mim. Fizemos de tudo para estar pelo menos no terceiro jogo, mas era uma lesão importante, grau dois para três. Demandaria dois meses de recuperação” revelou.

Tratamento importado

O ex-atacante contou ainda que, mesmo lesionado, se internou em casa com o apoio de fisioterapeutas da época e recorreu a um tratamento inédito com uma droga anestésica importada dos Estados Unidos.

“Tomei a medicação direto na coxa para tentar anestesiar a dor. A ideia era ver se eu conseguia jogar, mesmo com a lesão” Depois da aplicação, esperei uns 15, 20 minutos e fui fazer um teste no corredor do hotel. Mas quando tentei correr, não sentia a perna. Estava anestesiada inteira. Me deu um desespero. Chorei muito”, relatou.

A tentativa final de retorno aconteceu em São Paulo, na véspera da partida decisiva no Morumbi, que terminou empatada por 0 a 0 e deu o título ao Corinthians. Marques recordou a tristeza do momento e a frustração por não poder ajudar a equipe.

“Todos que estavam comigo sentiram a mesma dor. Infelizmente, não deu. Foi uma fase da minha vida que lembro com muito sentimento. A diferença que eu fazia junto com os outros atletas era muito grande. Não vou ser hipócrita de dizer que, se eu tivesse jogado, o Galo seria campeão. Mas teríamos uma chance maior. Fiz tudo o que era possível para estar naquele terceiro jogo. Foi muito triste” finalizou.

Em 1999, o Atlético terminou como vice-campeão brasileiro pela terceira vez. Guilherme foi o artilheiro da competição com 28 gols em 27 jogos. Ao lado do companheiro de ataque, Marques também foi premiado com a Bola de Prata da revista Placar.

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Jornalista formado pelo Centro Universitário de Belo Horizonte - UniBH. Já atuou em diversas áreas do jornalismo, como assessoria de imprensa, redação e comunicação interna. Apaixonado por esportes em geral e grande entusiasta dos e-sports