Hélio Viana, ex-sócio de Pelé, deu detalhes sobre a fortuna do Rei do Futebol, nessa segunda-feira (3), em entrevista ao podcast Só Resenha. Os dois compartilharam a sociedade na Pelé Sports & Marketing Ltda (PS&M) por 18 anos.
O ex-comentarista esportivo abriu o jogo sobre a gestão da empresa após a sua saída em 2001.
“Gastaram todo o dinheiro. Era uma fortuna e sumiu tudo”, iniciou.
Questionado sobre como era a situação financeira de Pelé quando ele faleceu, Hélio surpreendeu e disse que o Rei morreu com menos dinheiro do que poderia. O ídolo da Seleção Brasileira morreu em 29 de dezembro de 2022.
“Ele não tinha [na morte] nem perto do dinheiro que nós tínhamos. Naquela briga [do fim da sociedade], todo o dinheiro foi embora”, contou.
Briga com Pelé
A relação de sócio entre Pelé e Hélio Viana terminou em 2001. Hélio, que possuia 40% dos direitos da empresa foi expulso por “grave violação dos direitos associativos, notadamente abuso, prevaricação e incontinência de conduta e infração e falta de cumprimento com os deveres de sócio”.
O jogador de futebol estava no sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2002 quando contou para a Folha de S. Paulo sobre a separação. O ídolo do Santos disse que se sentiu traído pelo amigo, que era considerado irmão.
“Eu tinha um patrimônio, uma casa, um apartamento, alguma coisa assim, mas [o dinheiro] estava todo na empresa. E quando eles me tiraram, foram os advogados, não foi o Pelé, ele não tinha essa capacidade e esse discernimento, eles se aproveitaram”, disse Hélio ao Só Resenha.
Os amigos brigaram após Pelé contratar uma auditoria fiscal para investigar as finanças da PS&M. A desconfiança começou após a empresa receber 700 mil dólares para organizar um evento da Unicef. O evento nunca aconteceu e o dinheiro não foi devolvido.
Os advogados do Rei disseram que o valor parou em contas pessoais de Viana.
Nova administração
Segundo Hélio, a nova administração se aproveitou do momento frágil de Pelé e tomou decisões que prejudicaram a empresa.
“Imagina uma empresa forte como a nossa, sólida, com dinheiro e o Pelé sem saber o que fazer porque tinha brigado com o irmão dele, o melhor amigo, se aproveitaram e entraram lá”, iniciou.
“Foi jatinho pra cá e pra lá, coisa que nós nunca fizemos, as pessoas que começaram a tomar conta começaram a fazer. São Paulo pro Rio não pegavam ponte aérea, vinham de jatinho. E não conseguiam negócio nenhum novo para a empresa”, explicou.
“Para você ter uma ideia, nós tínhamos um faturamento anual em torno de uns 10 milhões de dólares e eles venderam a marca Pelé por 100 mil dólares por mês”, encerrou.