O site Players Tribune
Em abril de 2009, o atacante, com vínculo na Inter de Milão, abandonou os treinos na Itália. Depois de três dias, no dia 9 de abril, o brasileiro reapareceu e, em entrevista coletiva, anunciou uma pausa na carreira de jogador.
“Quando eu “fugi” da Inter e abandonei a Itália, eu vim me esconder aqui (Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro). Rodei o complexo (da Penha) inteiro por três dias. Ninguém me encontrou. Não tem como. Lei número um da favela. Bico calado. Tu acha que alguém iria me xisnovar? A imprensa italiana ficou maluca”, relembrou.
“A polícia do Rio fez até operação para me “resgatar”. Falaram que eu tinha sido sequestrado. Tá de sacanagem, né? Imagina que alguém vai fazer mal pra mim aqui, logo eu que sou cria da favela. Nego me recriminou para caramba”, completou.
A pausa durou três semanas. Adriano tinha contrato com a Inter, mas rescindiu de maneira amigável. Em entrevista, o jogador afirmou que abriu mão de cerca de 7 milhões de euros (R$ 42,9 milhões na cotação atual) em salários para finalizar o vínculo na Itália. A multa contratual era na casa dos 200 milhões de euros (R$ 1,2 bi na cotação atual).
“Querendo ou não, era a independência que eu precisava. Não aguentava mais sair na Itália e ter que ficar olhando para um lado e paro outro para saber onde estavam as câmeras, quem se aproximava, se era repórter, pilantra, golpista ou a puta que o pariu”, contou.
“Na minha comunidade não tem isso. Quando eu tô aqui, ninguém de fora sabe o que eu tô fazendo. Esse foi o problema deles. Não entendiam o porquê eu fui pra favela. Não foi por causa de bebida, nem de mulher, muito menos por droga. Foi por liberdade. Foi porque eu queria paz. Eu queria viver. Eu queria ser humano de novo”, completou.
Bebidas
Adriano também contou como foi o primeiro contato com a bebida. Aos 14 anos, o jogador experimentou álcool, mas foi repreendido pelo pai.
“Quando me viu com o copo na mão, atravessou o campo naquele passo apressado de quem não pode perder o ônibus. “Pode parar”, ele disparou. Curto e grosso, como de costume”, revelou.
Em uma das passagens, Adriano conta que bebeu sozinho uma garrafa de vodca no Natal. O ex-jogador estava na Itália, o jogador afirmou que sentiu saudades de casa, no Rio de Janeiro.
Adriano desenvolveu uma relação problemática com a bebida. O jogador revelou que a bebida se tornou uma válvula de escape da pressão relacionada ao futebol.
Livro
Em parceria com o jornalista Ulisses Neto,
O lançamento, assinado pela editora Planeta, terá dois eventos. No dia 13 de novembro, no Barra Shopping, no Rio de Janeiro. No dia 28 de novembro, o lançamento será em São Paulo, ainda sem local definido.
Adriano Imperador
Adriano Imperador está longe dos gramados desde 2016. O atacante foi revelado pelo Flamengo e teve duas passagens com a camisa rubro negra. Uma entre 2000 a 2001 e outra entre 2009 a 2010. No total, foram 92 jogos com 45 gols e um título do Brasileirão (2009).
O atacante ainda jogou por Fiorentina-ITA, Parma-ITA, Roma-ITA, Corinthians, Athletico-PR e Miami United-EUA.
Outro clube de destaque da carreira de Adriano foi a Inter de Milão (2001-2002, 2003-2008) onde foi multicampeão. Camisa 10, Adriano somou 177 jogos e 74 gols. Adriano também teve destaque pela Seleção Brasileira, foram 50 jogos e 29 gols entre 2000 a 2010.