O fundador e ex-CEO da G2 Esports, Carlos ‘Ocelote’ Rodríguez, publicou um texto em seu X (antigo Twitter) detonando a comunidade brasileira de esportes eletrônicos nessa quarta-feira (26). O espanhol repercutiu o caso envolvendo a jogadora Amy ‘amy’ Lai, da line-up inclusiva de VALORANT da organização, acusada de racismo nas redes sociais.
Ocelote escreveu um longo texto atacando brasileiros após as críticas contra a jogadora. Além do tom negativo, o ex-CEO também proferiu xingamentos de cunho homofóbico.
Posteriormente, a
Ocelote foi afastado do cargo de CEO em 2022, após ter vídeo divulgado ao lado de Andrew Tate, figura norte-americana famosa por falas misóginas e homofóbicas. Além disso, Tate também é investigado por tráfico humano, estupro e cárcere privado.
Entenda o caso
Amy se tornou alvo de críticas da comunidade por conta de uma publicação feita após a derrota para a Team Liquid, uma das representantes do Brasil no Game Changers Championship, o Mundial da categoria inclusiva do FPS da Riot Games.
Ao escrever sobre o resultado e projetar o confronto seguinte, também contra um time brasileiro — o MIBR — a jogadora utilizou um emoji de orangotango ao fim da frase. A atitude foi vista com maus olhos pelo público brasileiro, que acusou a jogadora de racismo.
Prontamente, Amy retornou às redes e se desculpou com a comunidade brasileira. “Olá, pessoal. Eu não fazia ideia sobre o contexto por trás do emoji. Eu amo a comunidade brasileira e jamais desrespeitaria vocês intencionalmente”, escreveu.
Publicação polêmica de Amy nas redes sociais após derrota para a Team Liquid
Ocelote detona brasileiros
Após a polêmica, o fundador da organização detonou a comunidade brasileira nas redes sociais e utilizou comentários de cunho homofóbico. Leia o texto completo:
Fãs brasileiros de esports se unindo para atacar uma mulher bem-intencionada são uma representação perfeita da doença mental e da eterna mentalidade de vítima de muitos fãs de esports.
Eu não sou como os “viadinhos” com quem vocês lidam dentro do jogo. Deixem a mulher em paz. Cresçam, tornem-se adultos emocionalmente equilibrados e parem de agir como atiradores de escola.
Realço em inglês claro: vão se f*** — também posso escrever em português, se preferirem. Esses retardados cheios de estrogênio achando que podem me fazer recuar enquanto afasto os animais de cima de uma pobre garota.
“vEm pRo BrAsIL”, dizem essas amebas de baixo QI. Onde está agora toda a turma do “proteger as mulheres”? Difícil de lidar, né? Hipócritas.
Seria mais apropriado apoiá-la se ela não fosse branca e fosse lgbaiqtp+? Que fossa. Chorar é de graça. Eu também sou sexista. E classista.”
Novo pedido de desculpas
Nesta quinta-feira (27), Amy voltou às redes para se desculpar novamente com os brasileiros. Além disso, afirmou ter sofrido ameaças de morte e estupro. Leia o que disse a jogadora:
“Ei, pessoal. Eu só queria pedir desculpas novamente a todas as pessoas que se sentiram ofendidas pelo emoji que usei. Eu e meus amigos (as) já o utilizamos antes como algo mais “de boa”, como, por exemplo, a lontra.
Após a derrota, eu fiz o tweet muito rápido, antes de ir para a coletiva de imprensa, sem pensar duas vezes sobre como aquilo poderia ser interpretado, e eu também não sabia sobre a história e o significado cultural para o povo brasileiro.
Sei que algumas pessoas não vão acreditar em mim independentemente do que eu diga, mas estou genuinamente muito arrependida e assumo total responsabilidade por isso, pois deveria ser mais atenta e cuidadosa com o que posto.
Por favor, não ataquem minhas companheiras de equipe ou qualquer pessoa ao meu redor, pois a culpa é apenas minha. Amor para todos.
Amy, jogadora de VALORANT da G2 envolvida em polêmica
Eu me senti muito sobrecarregada com o ódio que recebi e achei que seria melhor abordar isso dessa forma para não aumentar ainda mais a tensão. Depois disso, deletei minhas redes sociais porque chegou ao ponto de eu começar a receber ameaças de morte e estupro, e eu também tinha uma partida no dia seguinte.
Eu não fui à coletiva de imprensa porque, além de estar devastada pela derrota, ver tanto ódio e pessoas me chamando de racista — quando eu jamais quis dizer nada nesse sentido — me afetou muito.
Eu estava muito triste e emocionalmente abalada, e tinha medo de falar algo errado. Provavelmente nem conseguiria formular uma frase direito no estado em que eu estava.”