Herança de Walewska: Justiça começa a avaliar divisão dos bens da ex-jogadora

Processo corre na 9ª Vara de Família de São Paulo e traz os pais de Walewska como herdeiros dela; ex-jogadora morreu aos 43 anos, no fim de setembro

Walewska morreu aos 43 anos

A Justiça de São Paulo começou a analisar, na última semana, o inventário e partilha dos bens deixados pela ex-jogadora de vôlei Walewska Oliveira, que morreu no dia 21 de setembro, na capital paulista. Um especialista ouvido pela Itatiaia já havia adiantado que os pais da desportista poderiam ser os únicos herdeiros dela.

O processo está registrado na 9ª Vara da Família e Sucessões de São Paulo, sob a responsabilidade do juiz José Walter Chacon Cardoso. O marido de Walewska, Ricardo Alexandre Mendes, aparece como inventariante, ou seja, a pessoa responsável por administrar os bens até que a partilha seja definida pela Justiça. Os pais de Walewska, Geraldo Vieira de Oliveira e Maria Aparecida Moreira, são identificados como “herdeiros” no processo.

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Um especialista ouvido pela Itatiaia em setembro já havia explicado que havia sim a possibilidade dos pais de Walewska serem os únicos herdeiros da jogadora, já que os bens de uma mulher casada e sem filhos que tenha se unido em separação de bens pode ir apenas aos seus progenitores: “Nessa modalidade, cada cônjuge possui bens pessoais. No caso da jogadora, os bens da mulher ficariam apenas com seus pais”, explicou o advogado Rodrigo Assumpção Cartafina.

Walewska trocou mensagem com o marido minutos antes de morrer

Poucos minutos antes de morrer, Walewska trocou uma última mensagem com o marido, Ricardo. Na ocasião, a ex-jogadora disse amar o esposo e comentou sobre a decisão dele de se divorciar.

Às 18h07 (de Brasília), Walewska enviou uma mensagem no WhatsApp para Ricardo com a seguinte frase: “Amo você. Mas, acho que você já tomou a sua decisão”. No mesmo minuto, Ricardo respondeu com um “Também te amo”.

De acordo com as investigações, Walewska caiu do 17º andar do prédio em que morava oito minutos após enviar a mensagem ao marido.

No Boletim de Ocorrência (B.O) sobre o caso, os militares presentes no local consideraram como “dúvida razoável” a hipótese de a campeã olímpica ter se jogado do edifício. O documento diz ainda que Walewska deixou carta “aparentemente de despedida”.

A polícia relatou que, conforme imagens de câmeras de segurança, Walewska acessou o 17º andar do condomínio às 16h50 (de Brasília) da última quinta-feira (21), no mesmo dia da morte. Ela carregava consigo uma garrafa de vinho, uma taça, uma pasta e seu celular.

A última conversa do casal no WhatsApp foi divulgada por Ricardo em entrevista ao UOL.

Relacionamento estava desgastado

Aos policiais, Ricardo afirmou que eles estavam casados há aproximadamente 20 anos, mas que o casal passava por problemas, e ele tinha a intenção de se divorciar em breve.

Além disso, conforme relato do marido, a ex-jogadora da Seleção Brasileira era “compulsiva por compras” e havia “dilapidado boa parte do dinheiro que conseguiram durante os anos de casado”.

Responsável pela investigação do caso, a Polícia Civil de São Paulo estima que o laudo final será concluído em até 30 dias após o fato.

História de Walewska

A ex-jogadora foi revelada pelo Minas, em 1995 e ficou no clube até 1998. Ela voltou ao time da capital mineira em 2014 e ficou até o ano seguinte. A meio-de-rede ainda defendeu Rexona/Ades, São Caetano, Sirio Perugia da Itália, Murcia da Espanha, Zarechie da Rússia, Vôlei Futuro, Vôlei Amil, Minas, Osasco e Praia Clube, onde encerrou a carreira em 2022.

Walewska também teve duas passagens pelo Praia Clube, de Uberlândia. A primeira foi entre 2015 e 2018, quando conquistou o título da Superliga Feminina de Vôlei pela segunda vez na carreira (ela já havia sido campeã em 2000 pelo Rexona/Ades).

A última passagem de Walewska pelo Praia Clube começou em 2019 e terminou no ano passado, quando ela anunciou a aposentadoria.

Walewska foi duas vezes campeã da Superliga (1999-2000 e 2017-18). A meio-de-rede ainda levantou as taças da Supercopa (2019, 2020 e 2021), do Troféu Super Vôlei e do Campeonato Mineiro (2019 e 2021).

Super campeã pela Seleção Brasileira

Walewska defendeu a Seleção Brasileira durante boa parte da carreira. A primeira convocação foi em 1999, com Bernardinho. No mesmo ano, ela conquistou o título dos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá.

O auge da carreira de Walewska foi o título dos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, na China. Ela também ganhou a medalha de bronze nos jogos de 2000, em Atenas, na Grécia.

Ela também conquistou três vezes o título do Grand Prix de Vôlei: 2004, 2006 e 2008. Na última conquista, foi eleita a melhor bloqueadora do torneio.

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.
Formado em jornalismo pelo Centro Universitário Newton Paiva. Atua na área desde 2010, com foco na cobertura esportiva. Entre os destaques da carreira, cobriu Copas do Mundo, Olimpíadas e torneios de diversas modalidades esportivas. É editor da capa do Portal da Itatiaia.

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