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Polícia espanhola liberta três detidos por insultos racistas contra Vini Jr

Torcedores do Valencia prestaram depoimento e são suspeitos de crime de ódio contra o astro brasileiro do Real Madrid

Polícia espanhola deteve três suspeitos de ataques racistas contra Vini Jr

A polícia espanhola anunciou, na tarde desta terça-feira (23), que libertou os três detidos em Valência por proferir insultos racistas contra o atacante brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, durante a partida do domingo (21), no estádio Mestalla, com o Valencia, pelo Campeonato Espanhol.

Os três jovens haviam sido presos na manhã desta terça (23) e foram liberados após prestar depoimento. Eles foram detidos por suspeita de crime de ódio contra Vinícius Júnior.

“A polícia deteve três jovens em Valência por comportamentos racistas ocorridos no domingo passado no jogo entre Valencia CF e Real Madrid”, informou a Polícia Nacional, que abriu uma investigação após os acontecimentos que provocaram uma onda de indignação, na Espanha e no exterior.

Quatro detidos em Madrid

Além dos três detidos em Valência, quatro pessoas foram presas em Madrid, nesta terça-feira (23) pela simulação de um enforcamento de um boneco com a camisa de Vini Jr, em janeiro. Segundo a imprensa local, três dos presos são integrantes da torcida organizada ‘Frente Atlética’, do Atlético de Madrid, sendo que um deles tem passagem por crime de lesão corporal.

Racismo contra Vini Jr.

Alvo frequente de ofensas racistas desde que chegou ao Real Madrid, em 2018, Vinícius Júnior foi chamado de “macaco” por torcedores do Valencia na derrota de 1-0 no domingo passado.

Os ataques, denunciados pelo jogador e pelo Real Madrid, levaram a Procuradoria de Valência a abrir uma investigação por suposto “crime de ódio”, uma tipificação penal que inclui os crimes racistas na Espanha.

A Comissão Antiviolência, órgão vinculado ao Conselho Superior dos Esportes (CSD), anunciou, na segunda-feira (22), que estava examinando as imagens disponíveis para identificar os autores dos insultos e “propor as sanções correspondentes”.

O novo ataque provocou muitas reações na Espanha, onde os atos de racismo nos estádios são denunciado há muitos anos por jogadores e associações que consideram que o problema não é levado a sério no país.

“Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam”, lamentou Vini Jr nas redes sociais após a partida.

“A primeira coisa é reconhecer que temos um problema de comportamento, de educação, de racismo”, disse na segunda-feira o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales.

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, pediu “tolerância zero” ao racismo no futebol.

*Com agências

Jornalista, mestre em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação pelo ISCTE-IUL (Lisboa), com passagens por TV Globo | SporTV, Jornal Hoje em Dia, Agência EFE (Espanha), BBC News Brasil (Inglaterra) e Sport TV (Portugal)