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Hamilton ignora novas normas da FIA e avisa que vai continuar falando de causas sociais ‘gostem ou não’

Heptacampeão pretende manter manifestações mesmo com normas da FIA

Piloto quer continuar com manifestações mesmo com normas da FIA

Heptacampeão da Fórmula 1, Lewis Hamilton criticou a falta de diversidade no automobilismo e destacou que pretende manter o compromisso de se pronunciar sobre movimentos sociais apesar das normas que preveem punições para os pilotos que se manifestarem político ou religiosamente.

O piloto Lewis Hamilton destacou, em entrevista realizada na pré-temporada de Fórmula 1, que pretende continuar levantando bandeiras ativistas no automobilismo apesar das novas normas da Federação Internacional do Automobilismo (FIA). Principal porta-voz de movimentos sociais e antirracistas, o heptacampeão assegurou que vai continuar se pronunciando politicamente “gostem as pessoas ou não”.

“Eu não sou só um piloto de Fórmula 1. Não posso só ser bem sucedido e seguir com a minha vida. Essa plataforma é realmente importante para desencadear mudanças e discussões desconfortáveis”, destacou em entrevista ao “The Fast and The Curious”. “Nós podemos mudar e eu quero ser parte dessa mudança, fazendo com que as pessoas se sintam mais incluídas no automobilismo”, continuou.

Hamilton fez referência a países como Arábia Saudita e Catar, conhecidos por leis anti-LGBTQIA+ e também comentou sobre a importância da promoção da inclusão na Formula 1 e no automobilismo. “O automobilismo não deve continuar sem diversidade. Não há acesso suficiente para pessoas dessa comunidade [LGBTQIA+]. Você também não vê muitas pessoas com deficiência lá dentro [do paddock]. Quando você já viu alguém com alguma deficiência trabalhando no nosso setor?”, questionou o piloto.

As falas de Lewis Hamilton tem forte relação com a mudança no Código Desportivo Internacional, anunciadas pela FIA em dezembro do ano passado. A nova regulação proíbe que os pilotos se manifestem de forma “política, religiosa ou pessoal” sem uma autorização prévia da federação. A norma prevê penalidades que podem incluir multas em dinheiro, advertências e até mesmo a exclusão da categoria.

Único piloto negro a conquistar títulos nas 73 temporadas da Fórmula 1, Hamilton ainda é o único homem negro entre os 20 pilotos da categoria e o maior ativista do grid. “É muito importante que alguém fale disso [diversidade e questões sociais] Eu não ligo se não vencer outra corrida, eu vou falar sobre essas coisas, gostem ou não”, concluiu o heptacampeão da Fórmula 1, que segue defendendo a Mercedes ao lado de George Russell na temporada de 2023.

(sob supervisão de Lucas Sanches)

Maria Clara Lacerda é jornalista formada pela PUC Minas e apaixonada por contar histórias. Na Rádio de Minas desde 2021, é repórter de entretenimento, com foco em cultura pop e gastronomia.