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Caso Daniel Alves: Perguntar por 'Ângela’ é a senha para agressões sexuais na Catalunha

Protocolo foi importado do Reino Unido e adaptado às baladas, bares, boates, discotecas e casas noturnas da Catalunha

Daniel Alves está detido desde a sexta-feira

A Catalunha, comunidade autônoma na Espanha, tem um rígido protocolo para atendimento imediato de vítimas de estupro em casas noturnas. Esse protocolo é chamado “No Callem”, expressão em catalão que significa “nós não nos silenciamos”, e foi acionado no momento da denúncia da agressão sexual pela qual Daniel Alves é acusado.

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O protocolo foi importado do Reino Unido e adaptado às baladas, bares, boates, discotecas e casas noturnas da Catalunha, cuja capital é Barcelona. França, Portugal e Estados Unidos também utilizam mecanismos semelhantes.

A discoteca Sutton, local em que aconteceu a suposta agressão sexual de Daniel Alves contra uma mulher de 23 anos, já implementou os procedimentos, apesar de ainda não possuir o International Nightlife Safety Checked (INSC), selo internacional de segurança de casas noturnas.

Funcionamento

Para o protocolo ser colocado em prática, primeiramente os funcionários, incluindo seguranças, DJs e garçons, da casa noturna passam por uma série de treinamentos. Eles agem de forma coordenada, de maneira a complementar suas ações para amparar a vítima de maneira adequada, individualizada e respeitando sua privacidade.

Em caso de agressão sexual, a vítima pode utilizar o nome Ângela como senha para pedir ajuda aos funcionários de modo discreto. Assim, a vítima aciona o protocolo sem que o agressor tenha conhecimento. Os locais espalharam por seus ambientes cartazes com explicações sobre como a vítima deve proceder se sofrer qualquer violência sexual.

Quando um dos funcionários é comunicado da agressão sexual, ele imediatamente entra em contato com os seguranças, que devem se dirigir ao agressor e afastá-lo da vítima. Em alguns casos menos graves, ele é expulso do estabelecimento.

Quando a gravidade da acusação é elevada, o procedimento muda em parte de suas etapas. O agressor não é liberado para deixar o ambiente, tampouco pode tentar eliminar provas, sendo impedido inclusive de lavar as mãos.

Enquanto a equipe de segurança se encarrega do agressor, a vítima é acolhida por outros funcionários, de preferência do mesmo sexo. Ela é levada para um lugar reservado, na companhia de amigos ou apenas de funcionários. Após as providências, a vítima tem a liberdade para decidir quais medidas tomar, como efetivar a denúncia junto à polícia local.

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