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Emissora suspende programa de Jimmy Kimmel após comentário sobre Charlie Kirk

Decisão ocorre após humorista criticar reação da direita ao assassinato do ativista conservador

O programa “Jimmy Kimmel Live!” foi suspenso “por tempo indeterminado”, segundo a emissora ABC, dos Estados Unidos. A decisão veio após o apresentador afirmar que parte da direita tenta explorar politicamente o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk.

O anúncio foi comemorado pelo presidente Donald Trump, que classificou a suspensão como uma “excelente notícia para os Estados Unidos”.

“Jimmy Kimmel Live! será suspenso por tempo indeterminado”, disse um porta-voz da rede americana à AFP.

A informação foi divulgada nessa quarta-feira (17).

Assassinato de Charlie Kirk

Charlie Kirk, aliado de Trump, foi assassinado no dia 10 de setembro durante um debate com estudantes em uma universidade em Utah.

O suspeito do crime, Tyler Robinson, de 22 anos, foi preso na sexta-feira (12), após uma pessoa próxima ao jovem informar à polícia sobre seu possível envolvimento.

Robinson foi indiciado nessa última terça-feira (16) por homicídio qualificado, obstrução de Justiça, disparo criminoso de arma de fogo, prática de crime violento na presença de uma criança e adulteração de testemunhas. Ele pode receber pena de morte.

Veja o que o apresentador Jimmy Kimmel comentou

Na segunda-feira (15), Kimmel falou, em seu programa, da repercussão do caso.

“Tivemos alguns novos pontos baixos no fim de semana com a gangue MAGA [em referência ao movimento de Trump, ‘Make America Great Again’] tentando desesperadamente caracterizar o jovem que assassinou Charlie Kirk como qualquer coisa que não seja um deles e com tudo o que podem para tirar proveito político disso”, disse o humorista.

Pouco antes do anúncio oficial, a rede Nexstar, que controla a maior parte dos canais afiliados da ABC, divulgou comunicado informando que retiraria o programa do ar por considerar o monólogo “ofensivo e insensível”.

“Seguir oferecendo uma plataforma de transmissão ao senhor Kimmel nas comunidades às quais chegamos simplesmente não atende ao interesse público”, disse Andrew Alford, presidente da Nexstar.

Trump também comentou a suspensão em sua rede Truth Social. “O programa de Jimmy Kimmel, questionado por seus baixos índices de audiência, foi CANCELADO. Parabéns para a ABC por finalmente ter tido a coragem de fazer o que tinha que fazer. Kimmel não tem NENHUM talento”, escreveu.

Mais cedo, Brendan Carr, diretor da Comissão Federal de Comunicações (FCC), chamou o comentário de Kimmel de “doentio” e sugeriu possíveis medidas legais. “Francamente, quando vemos coisas assim, podemos fazer isso por bem ou por mal. Ou essas companhias buscam uma maneira de mudar a conduta, de agir francamente a respeito de Kimmel, ou a FCC terá trabalho adicional pela frente”, afirmou. “Eles têm uma licença garantida pela FCC, e isso vem com a obrigação de operar no interesse público”, acrescentou Brendan Carr.

O anúncio acontece em meio ao aumento da pressão de Trump contra veículos de comunicação.

Dois dias antes, o presidente havia processado o New York Times, pedindo US$ 15 bilhões em indenização, acusando o jornal de ser “um autêntico ‘porta-voz’ do Partido Democrata de esquerda radical”.

Em julho, a CBS já havia informado que o “The Late Show with Stephen Colbert” sairá do ar em 2026, dias depois de o apresentador criticar um acordo entre Trump e a Paramount. Pouco mais de dois meses depois, o programa ganhou um Emmy, no último domingo (14), na categoria de “Melhor Talk Show”.

Com a suspensão de Kimmel e o fim do programa de Colbert, seguem no ar apenas os talk-shows de Jimmy Fallon e Seth Meyers.

Trump também comentou a situação: “Isso deixa Jimmy e Seth, dois absolutos perdedores, na NBC Fake News. Seus índices de audiência também são horríveis. Faça isso, NBC!”

Com agências

(Sob supervisão de Marina Dias)

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Izabella Gomes é estagiária na Itatiaia, atuando no setor de Jornalismo Digital, com foco na editoria de Cidades. Atualmente, é graduanda em Jornalismo pela PUC Minas