O grupo de K-pop de maior reconhecimento e popularidade mundial nos últimos anos é, incontestavelmente, o BTS. Mesmo quem nunca teve contato direto com a música pop sul-coreana já ouviu falar no nome do grupo ou escutou alguma de suas canções em rádios, playlists ou redes sociais.
Como se iniciou essa verdadeira dominação global
Para entender o sucesso de sete jovens coreanos extremamente talentosos — o líder RM (ou Namjoon, como é conhecido pelos fãs mais próximos), o “visual” Jin, o rapper SUGA, o dançarino principal J-Hope, o vocalista de voz aveludada V, o também dançarino principal Jimin e o “maknae” (caçula) de ouro Jungkook — a Itatiaia revisitou a trajetória do grupo através de suas músicas.
O início de tudo
Tudo começou com Bang Si-hyuk, o fundador da HYBE Labels. Antes disso, ele trabalhava na JYP Entertainment, uma das maiores gravadoras do país. Após sair da empresa, fundou a Big Hit Entertainment, que teve um começo modesto, enfrentando dificuldades, inclusive com tentativas frustradas de lançar um grupo feminino. A virada aconteceu com a formação do BTS, cuja line-up final só foi consolidada após várias mudanças.
Início humilde e construção de identidade (2013–2015)
O BTS estreou em 2013 pela então pequena Big Hit Entertainment. As primeiras músicas, como “No More Dream” e “N.O”, apresentavam forte influência do hip-hop e traziam críticas sociais relevantes. As letras abordavam temas como pressão escolar, saúde mental e desafios da juventude — assuntos pouco comuns no K-pop tradicional da época. Essa abordagem autêntica atraiu uma base fiel de fãs.
Expansão doméstica e reconhecimento internacional (2015–2017)
O ano de 2015 marcou uma virada para o grupo. Com lançamentos como “Dope” (2015), “Save Me” (2016) e “Fire” (2016), o BTS passou a experimentar sonoridades mais atmosféricas e emocionais. As coreografias impactantes e os clipes bem produzidos ajudaram a viralizar os trabalhos. Um dos fatores decisivos nesse momento foi o engajamento dos fãs e os vídeos de reação publicados por youtubers ao redor do mundo.
Com “Spring Day” e “Not Today”, o grupo apresentou lados distintos de sua identidade artística, enquanto “Blood Sweat & Tears” (2016) marcou um amadurecimento sonoro e visual, com referências filosóficas, literárias e artísticas. Essa fase consolidou o fandom global, conhecido como “A.R.M.Y.”, e alavancou o BTS para os charts internacionais.
Primeira onda internacional (2017–2018)
O remix de “Mic Drop” (2017), em parceria com o DJ Steve Aoki, foi um dos primeiros passos para o sucesso no mercado norte-americano. Em 2018, “Fake Love” entrou diretamente no Top 10 da Billboard Hot 100, reforçando a combinação de emoção, arte e sonoridade contemporânea que caracteriza o grupo.
No mesmo ano, “IDOL” celebrou a identidade cultural coreana ao misturar pop com elementos tradicionais. A versão com participação de Nicki Minaj ampliou ainda mais o alcance global. Nessa fase, o BTS passou a se apresentar em grandes premiações norte-americanas, como o Billboard Music Awards (BBMAs) e o American Music Awards (AMAs), acumulando recordes e prêmios.
Símbolo de uma nova geração global (2019–2020)
“Boy With Luv” (2019), parceria com a cantora Halsey, apresentou uma sonoridade leve e acessível ao público ocidental. A colaboração atingiu recordes de visualizações no YouTube em apenas 24 horas. Nessa altura, o BTS dominava as paradas globais e os programas musicais sul-coreanos, acumulando troféus e consolidando sua imagem como porta-voz da juventude global. O grupo cresceu exponencialmente nas redes sociais e nas plataformas de streaming, tornando-se referência para uma geração hiperconectada.
A cartada final: Domínio com hits em inglês (2020–2021)
Em 2020, o lançamento de “Dynamite”, o primeiro single totalmente em inglês do BTS, marcou uma nova era. Criada durante a pandemia, a faixa buscava transmitir positividade e alcançou o topo da Billboard Hot 100 — feito inédito para um grupo coreano até então.
No ano seguinte, “Butter” permaneceu 10 semanas em primeiro lugar na mesma parada, consolidando ainda mais o sucesso mundial do septeto. A música teve ampla repercussão em comerciais, eventos e redes sociais. Já “Permission to Dance” (2021), composta em colaboração com Ed Sheeran, trouxe uma mensagem de esperança e liberdade pós-lockdown, conectando-se com públicos de todas as idades. Esses lançamentos romperam barreiras linguísticas e solidificaram o BTS como um nome do pop global, não apenas do K-pop.
Um fenômeno cultural
Ao aliar músicas com mensagens significativas, estratégias eficientes de marketing — como reality shows e vídeo semanais no canal oficial do grupo que aproximavam os fãs dos integrantes — e colaborações internacionais, o BTS transformou-se na maior febre musical da última década. Muitos consideram o grupo o sucessor natural do fenômeno mundial vivido por bandas como One Direction.
E agora?
Após todos os membros cumprirem ou estarem em processo de finalizar o serviço militar obrigatório, o retorno completo do grupo está previsto para 2025. O “ARMY”, fiel e engajado, aguarda ansiosamente por esse reencontro.