Já pensou em sair para um encontro sem saber o nome da pessoa ou qualquer informação sobre ela em pleno 2024? A situação que era quase impossível na ‘Era do Tinder’ tem sido proporcionada para vários belo-horizontinos graças a iniciativa da gestora de carreiras, Bruna Lacerda, de 31 anos.
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A moradora da Zona Leste resolveu trabalhar como casamenteira e juntar pessoas que não se conhecem para encontros na capital mineira. Como? Ela abriu uma enquete no perfil dela do Instagram e perguntou para as pessoas se elas tinham interesse em participar de ‘dates às cegas’ com pessoas que ela iria selecionar.
Para a surpresa da, agora, “gestora de afetos” - novo apelido que Bruna tem utilizado - mais de 70 pessoas se mostraram interessadas na brincadeira, que já até rendeu 8 encontros marcados. “Eu tive a ideia do date às cegas. Publiquei no meu perfil falando que eu estava abrindo o espaço para um ‘Tinder às cegas’ e que tinha três opções nessa enquete: ‘Você Confia em mim?’, ‘Não Confio em você' e ‘Faria parte de um date, mas sem ser às cegas’. Para minha surpresa, a maioria, mais de 80%, votou que confiavam em mim para arranjar os dates”, conta.
Desde então, a expectativa dos participantes está alta. “Recebi relatos de pessoas dizendo que estão ansiosas para o date, que já sonharam com o momento e que já até levaram o assunto para falar na terapia”, comenta.
Bruna Lacerda, idealizadora do ‘Tinder às Cegas’
Como funcionou?
Depois que as pessoas mostraram interesse em participar da seletiva da Bruna, ela separou os perfis dos solteiros, analisou preferências, interesses em comum, associou as pessoas que mais poderiam combinar e marcou os encontros. “Deu bastante trabalho para conseguir juntar os perfis. Devo ter gastado umas 5 horas para combinar todo mundo e analisar quem combina com quem”, afirma a jovem.
Mesmo com todo esse esforço, Bruna ainda não conseguiu juntar todas as pessoas interessadas. Somente 16, das 70 pessoas que estão participando conseguiram dates.
Como as pessoas sabem com quem elas vão se encontrar?
Durante todo o processo a “gestora de afetos” faz a ponte entre as pessoas do casal, ela fica responsável por marcar os encontros e informar o local. Cerca de 30 minutos antes do date, os participantes informam para Bruna com que roupa estão e ela repassa a informação.
Como tudo começou?
A brincadeira começou em uma mesa de bar quando uma amiga, que sempre acompanha os Stories de Bruna, comentou que ela tinha que fazer um ‘Tinder’ no perfil dela. “Eu fiquei com a ideia na cabeça, fui amadurecendo, mas não queria um ‘Tinder’ normal, queria uma coisa diferente, uma coisa mais ligada à rua, à vivência, ao offline”, relembra.
A proposta de Bruna é fazer com que as pessoas deixem de lado um pouco a ‘digitalização’ das relações. “Hoje em dia temos tudo na palma da mão. Tá tudo ali e você pode saber tudo sobre uma pessoa com uma pesquisa no Google, uma busca no Instagram. Você já descobre o que ela faz, o que ela gosta de vestir, onde ela frequenta. Hoje é raridade você sentar na mesa de um bar sem saber o nome da pessoa que está ali com você", pontua.
“Em Minas Gerais, não há homens para mim...”
Mais do que apenas uma brincadeira, Bruna tem anotado e analisado os dados que coleta dos participantes. Com isso, ela constatou que mais da metade das pessoas interessadas eram mulheres, cerca de 62%, e deste número, 51% são héteros e 11% são bissexuais. Em contrapartida, apenas 32% dos interessados eram homens, sendo 1% bissexual.
Os dados demonstram a maior dificuldade que Bruna encontrou desde que começou a brincadeira. “Esse é o meu maior desafio! Encontrar homem suficiente para agradar esse tanto de mulher!”, brinca a jovem.
Apesar da discrepância dos números, os encontros que já foram marcados e concluídos deram certo e alguns deles já até marcaram um segundo date.
Estou interessado, quero participar!
A primeira seletiva para os encontros do ‘Tinder às Cegas’ já terminou. No entanto, Bruna tem planos de fazer o quadro mensalmente na primeira semana do mês,