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Mingau, do Ultraje a Rigor: entenda cirurgia que ‘Juntos Pelo Mingau 2' pretende custear

Baixista da banda Ultraje a Rigor foi baleado na cabeça há quase oito meses e será submetido a nova cirurgia

Mingau está internado após ser baleado na cabeça em 2 de setembro

A segunda edição do evento beneficente “Juntos pelo Mingau” será realizada em 23 de maio. Todo o lucro obtido no show, que contará com a presença de grandes bandas do cenário do rock brasileiro, será revertido para os tratamentos do baixista da banda Ultraje a Rigor. Os procedimentos seguintes incluem uma cranioplastia, cirurgia que ainda não tem data definida para ser realizada.

Quase meses após ser baleado na cabeça, precisando passar por três cirurgias, Rinaldo Amaral segue internado com quadro clínico estável. Conforme divulgado pelo Hospital São Luiz, onde o músico foi readmitido em fevereiro, ele será submetido a uma nova cirurgia: uma cranioplastia, para reconstrução do crânio após outras operações.

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Cranioplastia é ‘próximo passo’

Após a recuperação do paciente que foi submetido a craniectomia, o próximo passo considerado por neurocirurgiões é a cranioplastia. “Todo paciente que precisou retirar a tábua óssea, depois de contornadas todas as situações, precisa ser feita a reconstrução. Essa reconstrução é chamada de cranioplastia: a colocação ou reposição desta placa óssea”, explicou o especialista que atua pelo Grupo Oncoclínicas, Dr. Baltazar Leão.

“Quando fazemos a retirada de uma parte grande do osso craniano, o funcionamento cerebral pode ser modificado. Isso porque a pressão atmosférica começa a influenciar no tecido cerebral. Antes o crânio protegia, agora só tenho pele e as meninges. Isso pode atrapalhar o funcionamento e a drenagem de um líquido que a gente tem dentro do cérebro, que é o líquor”, destacou médico-cirurgião Sérgio Cancado, professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e Médico do Corpo Clínico do Hospital Felício Rocho.

Ainda conforme o neurologista e professor, a cranioplastia é o “grupo de procedimentos utilizados para reconstrução da calota craniana, utilizando o osso do próprio paciente ou materiais sintéticos”. No caso de Mingau, uma prótese irá substituir o osso, mas o material não foi revelado pela equipe médica que cuida do caso do músico, nem pela família ou amigos que divulgam atualizações sobre o estado de saúde dele.

Quais os riscos da operação?

A cranioplastia foi definida pelo neurocirurgião Baltazar Leão como uma operação de “baixa complexidade”, apesar de precisar de alguns cuidados específicos. “Há um risco de infecção, principalmente em caso de prótese não-biológica. Quando a gente utiliza essas próteses, precisamos pensar que ali não tem vascularização, o antibiótico não chega lá por veias e artérias”, destacou o médico.

“A cranioplastia ajuda muito na recuperação do paciente, porque ela devolve aquele sistema de pressão adequada dentro do crânio”, acrescentou. “Para o cérebro, tem mais benefícios do que riscos, mas é um procedimento cirúrgico. Um detalhe que a gente sempre fica preocupado quanto à chance de infecção”, destacou sobre a cirurgia.

O também neurocirurgião Sérgio Cancado afirmou que a colocação de prótese craniana apresenta riscos “assim como qualquer procedimento cirúrgico” e, entre eles, destacou a possibilidade de sangramento, infecção e até de complicações tardias. “Não fazer também traz riscos, mais chances de machucar o cérebro”, complementou o médico que atua no Hospital Felício Rocho.

Como está Mingau?

Em um dos comentários, a equipe de Mingau contou que ele está “melhor a cada dia”. A filha do baixista, Isabella Aglio, foi procurado pela reportagem da Itatiaia, mas ainda não retornou o contato.

O baixista do Ultraje a Rigor foi internado em São Paulo em 2 de fevereiro, menos de um mês após receber alta médica e dar entrada em uma clínica de reabilitação. Mingau foi hospitalizado para tratar uma infecção pulmonar, quadro que já havia enfrentado em novembro, na primeira internação.

Isabella atualizou o estado de saúde do pai pelas redes sociais. A influenciadora afirmou que “não há grandes mudanças” e que o “processo de recuperação é lento e incerto”. A previsão é que ele passe por uma nova cirurgia, ainda sem data prevista, para colocação de uma prótese na cabeça.

O baixista foi baleado na comunidade Ilha das Cobras em Paraty, no Rio de Janeiro, no dia 2 de setembro do ano passado, e levado em estado gravíssimo para o Hospital Hugo Miranda. Porém, no dia seguinte, ele foi transferido de helicóptero para o Hospital São Luiz do Itaim, da Rede D’Or, em São Paulo.


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Maria Clara Lacerda é jornalista formada pela PUC Minas e apaixonada por contar histórias. Na Rádio de Minas desde 2021, é repórter de entretenimento, com foco em cultura pop e gastronomia.