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Dono de clínica citada por Marçal contra Boulos já foi condenado por falsificação de documentos

A condenação aconteceu em 2017 após Luiz Teixeira da Silva Junior tentar obter registro profissional no CRM do Rio Grande do Sul

O dono da clínica “Mais Consulta” ao lado de Pablo Marçal

O dono da clínica que consta no documento divulgado pelo candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) foi condenado pela Justiça Federal como falsário, após ser denunciado pelo Ministério Público Federal em 2017. Marçal publicou, nesta sexta-feira (4), em seu Instagram, um laudo médico que constava que Guilherme Boulos (PSOL), seu adversário na eleição, havia tido um quadro psicótico e usado cocaína, em janeiro de 2021. A postagem foi retirada do ar pela rede social.

Ainda na noite de sexta, Boulos fez uma transmissão ao vivo, em seu Instagram, rebatendo a acusação e afirmando que a “prova” apresentada por Pablo Marçal era falsa. “O Pablo Marçal não tem limite [...] querendo sustentar a fake news dele que já foi desmascarada de que eu usaria drogas [...] Primeiro, o dono da clínica do documento que ele publica tem um vídeo com o Pablo Marçal, é apoiador dele [...] o parceiro dele falsificou o documento usando o CRM de um médico que faleceu há dois anos para que ninguém possa ser responsabilizado como médico.” explicou Guilherme Boulos, que informou ainda que vai pedir a prisão dos dois.

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O nome da clínica que aparece no documento exibido por Pablo Marçal é “Mais Consultas”. Inclusive, o nome está errado no laudo apresentado, pois está como “Mais Consulta”, no singular. O dono é Luiz Teixeira da Silva Junior. De acordo com o juiz Adel Americo Dias de Oliveira, “a materialidade do delito restou comprovada por meio do requerimento de inscrição do réu no CRM, do uso do diploma falso de graduação de medicina”. “A comprovação da falsidade dos dois documentos apresentados ao CREMERS, isto é, do Diploma de Graduação e da Ata de Colação de Grau, deflui das seguintes provas: de haver sido informado pela instituição de ensino que o réu jamais figurou na condição de aluno daquela Fundação e que tal fato, somado às incongruências existentes na documentação apresentada ao CREMERS é possível concluir pela falsificação do Diploma de Graduação”, diz a sentença do magistrado, que reforçou que “a autoria, da mesma forma, resta indubitável, diante das provas colhidas nos autos, as quais evidenciam que o próprio denunciado preencheu o requerimento de obtenção de registro profissional junto ao CREMERS.”

Luiz Teixeira da Silva Junior teria pagado R$ 27 mil a falsários para obter a documentação que precisava apresentar ao Conselho de Classe. Ele procurou o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul para se registrar para enganar mais facilmente o órgão.

O juiz Adel Americo Dias de Oliveira afirmou “some-se a isto, ainda o fato de que o êxito da empreitada criminosa exigia que a documentação fosse apresentada a seccional diversa daquela de onde eram originados os certificados falsos, razão que impeliu o réu a requerer o CRM na sede gaúcha do CREMERS e não na paulista, onde seria evidentemente mais fácil e menos custoso o requerimento, caso fosse legítimo”.

Em agosto de 2023, Luiz Teixeira da Silva Junior foi condenado a 2 anos e 4 meses de prisão em regime semiaberto. A Itatiaia entrou em contato pelo e-mail, mas, até o fechamento desta reportagem, não tivemos retorno. Também procuramos o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul para um posicionamento. Porém, não tivemos resposta até o momento.


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Yuri Cavalieri é jornalista e pós-graduando em política e relações internacionais. Tem mais de 12 anos de experiência em rádio e televisão. É correspondente da Itatiaia em São Paulo. Formado pela Universidade São Judas Tadeu, na capital paulista, onde nasceu, começou a carreira na Rádio Bandeirantes, empresa na qual ficou por mais de 8 anos como editor, repórter e apresentador. Ainda no rádio, trabalhou durante 2 anos na CBN, como apurador e repórter. Na TV, passou pela Band duas vezes. Primeiro, como coordenador de Rede para os principais telejornais da emissora, como Jornal da Band, Brasil Urgente e Bora Brasil, e repórter para o Primeiro Jornal. Em sua segunda passagem trabalhou no núcleo de séries e reportagens especiais do Jornal da Band.