O dono da clínica que consta no documento divulgado pelo candidato à Prefeitura de São Paulo
Ainda na noite de sexta, Boulos fez uma transmissão ao vivo, em seu Instagram, rebatendo a acusação e afirmando que a “prova” apresentada por Pablo Marçal era falsa. “O Pablo Marçal não tem limite [...] querendo sustentar a fake news dele que já foi desmascarada de que eu usaria drogas [...] Primeiro, o dono da clínica do documento que ele publica tem um vídeo com o Pablo Marçal, é apoiador dele [...] o parceiro dele falsificou o documento usando o CRM de um médico que faleceu há dois anos para que ninguém possa ser responsabilizado como médico.” explicou Guilherme Boulos, que informou ainda que vai
O nome da clínica que aparece no documento exibido por Pablo Marçal é “Mais Consultas”. Inclusive, o nome está errado no laudo apresentado, pois está como “Mais Consulta”, no singular. O dono é Luiz Teixeira da Silva Junior. De acordo com o juiz Adel Americo Dias de Oliveira, “a materialidade do delito restou comprovada por meio do requerimento de inscrição do réu no CRM, do uso do diploma falso de graduação de medicina”. “A comprovação da falsidade dos dois documentos apresentados ao CREMERS, isto é, do Diploma de Graduação e da Ata de Colação de Grau, deflui das seguintes provas: de haver sido informado pela instituição de ensino que o réu jamais figurou na condição de aluno daquela Fundação e que tal fato, somado às incongruências existentes na documentação apresentada ao CREMERS é possível concluir pela falsificação do Diploma de Graduação”, diz a sentença do magistrado, que reforçou que “a autoria, da mesma forma, resta indubitável, diante das provas colhidas nos autos, as quais evidenciam que o próprio denunciado preencheu o requerimento de obtenção de registro profissional junto ao CREMERS.”
Luiz Teixeira da Silva Junior teria pagado R$ 27 mil a falsários para obter a documentação que precisava apresentar ao Conselho de Classe. Ele procurou o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul para se registrar para enganar mais facilmente o órgão.
O juiz Adel Americo Dias de Oliveira afirmou “some-se a isto, ainda o fato de que o êxito da empreitada criminosa exigia que a documentação fosse apresentada a seccional diversa daquela de onde eram originados os certificados falsos, razão que impeliu o réu a requerer o CRM na sede gaúcha do CREMERS e não na paulista, onde seria evidentemente mais fácil e menos custoso o requerimento, caso fosse legítimo”.
Em agosto de 2023, Luiz Teixeira da Silva Junior foi condenado a 2 anos e 4 meses de prisão em regime semiaberto. A Itatiaia entrou em contato pelo e-mail, mas, até o fechamento desta reportagem, não tivemos retorno. Também procuramos o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul para um posicionamento. Porém, não tivemos resposta até o momento.