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Gleisi Hoffmann formaliza convite do PT para nova aliança com MDB em governo Lula

Presidente do PT se reuniu com presidente do MDB para discutir possível aliança na equipe de transição e no governo

Gleisi Hoffmann formalizou convite para que MDB participe de transição do governo Lula

Seis anos após rompimento durante processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, PT e MDB avançaram nesta terça-feira (8) em conversas para retomar a aliança entre as duas siglas.

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, foi até a sede do MDB para conversar com o presidente da sigla, Baleia Rossi, sobre a participação dos emedebistas na equipe de transição. Gleisi afirmou que o futuro governo gostaria de contar com o MDB em sua base aliada.

“Viemos fazer um agradecimento ao MDB pela participação em todo o processo eleitoral, que foi muito importante, principalmente no segundo turno, com a participação da senadora Simone Tebet, na campanha do presidente Lula”, disse Gleisi.

A petista afirmou que serão apresentados ainda nesta terça-feira (8) os 10 partidos políticos que participarão de um conselho político para o governo Lula. “Nós, como governo, gostaríamos de contar com o apoio do MDB no processo de governança”, afirmou Gleisi.

O PT busca o apoio de legendas como MDB, PSD e União Brasil, para além dos partidos de esquerda que já estão ao lado de Lula, com objetivo de formar uma base aliada no Congresso Nacional.

O presidente do MDB, deputado Baleia Rossi, afirmou que o partido terá boa vontade para analisar o convite do PT e que há um espírito colaborativo grande dentro da sigla. “Começamos um diálogo sobre a questão da transição e possível participação do MDB para que possa colaborar com assuntos que sejam relevantes e desafiadores para o próximo governo”, disse.

“Há um espírito colaborativo muito grande no MDB. Tenho convicção que o MDB estará participando dessas discussões. Fiz algumas ponderações à presidente Gleisi, principalmente sobre algumas pautas que são caras ao MDB, como a reforma tributária”, disse Rossi.

Aliança e rompimento

O MDB passou a integrar a base de apoio do governo Lula em 2006, quando o petista conseguiu seu segundo mandato. Desde então, o partido indicou vários nomes para ministérios do governo Lula e, em 2010, indicou Michel Temer para ser o vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff.

A relação durou até 2016, quando o diretório nacional do MDB decidiu romper com o governo petista. Em 29 de março de 2016, por aclamação, as lideranças da sigla decidiram se tornar oposição à presidente Dilma Rousseff.

Após o impeachment, o PT adotou um tom duro nas críticas ao MDB e suas principais alianças, acusando emedebistas de terem dado um golpe em Dilma. Na eleição de 2022, vários nomes do MDB declararam apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Outra parte da sigla declarou apoio ao ex-presidente Lula, sendo que o principal nome do partido na eleição de 2022, a senadora Simone Tebet, teve participação ativa na campanha.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.