Seis anos após rompimento durante processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, PT e MDB avançaram nesta terça-feira (8) em conversas para retomar a aliança entre as duas siglas.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, foi até a sede do MDB para conversar com o presidente da sigla, Baleia Rossi, sobre a participação dos emedebistas na equipe de transição. Gleisi afirmou que o futuro governo gostaria de contar com o MDB em sua base aliada.
“Viemos fazer um agradecimento ao MDB pela participação em todo o processo eleitoral, que foi muito importante, principalmente no segundo turno,
A petista afirmou que serão apresentados ainda nesta terça-feira (8) os 10 partidos políticos que participarão de um conselho político para o governo Lula. “Nós, como governo, gostaríamos de contar com o apoio do MDB no processo de governança”, afirmou Gleisi.
O PT busca o apoio de legendas como MDB, PSD e União Brasil, para além dos partidos de esquerda que já estão ao lado de Lula, com objetivo de formar uma base aliada no Congresso Nacional.
O presidente do MDB, deputado Baleia Rossi, afirmou que o partido terá boa vontade para analisar o convite do PT e que há um espírito colaborativo grande dentro da sigla. “Começamos um diálogo sobre a questão da transição e possível participação do MDB para que possa colaborar com assuntos que sejam relevantes e desafiadores para o próximo governo”, disse.
“Há um espírito colaborativo muito grande no MDB. Tenho convicção que o MDB estará participando dessas discussões. Fiz algumas ponderações à presidente Gleisi, principalmente sobre algumas pautas que são caras ao MDB, como a reforma tributária”, disse Rossi.
Aliança e rompimento
O MDB passou a integrar a base de apoio do governo Lula em 2006, quando o petista conseguiu seu segundo mandato. Desde então, o partido indicou vários nomes para ministérios do governo Lula e, em 2010, indicou Michel Temer para ser o vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff.
A relação durou até 2016, quando o diretório nacional do MDB decidiu romper com o governo petista. Em 29 de março de 2016, por aclamação, as lideranças da sigla decidiram se tornar oposição à presidente Dilma Rousseff.
Após o impeachment, o PT adotou um tom duro nas críticas ao MDB e suas principais alianças, acusando emedebistas de terem dado um golpe em Dilma. Na eleição de 2022, vários nomes do MDB declararam apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Outra parte da sigla declarou apoio ao ex-presidente Lula, sendo que o principal nome do partido na eleição de 2022, a senadora Simone Tebet, teve participação ativa na campanha.