Duas pessoas foram retidas ao tentarem se passar por fiscais em seções eleitorais da Escola Municipal Vicente Guimarães, na Região de Venda Nova, em Belo Horizonte. As duas pessoas alegaram que iriam acompanhar o andamento das eleições neste domingo (30), e uma delas usava um crachá de partido político.
Assim que os mesários identificaram que os supostos fiscais não eram credenciados, o Tribunal Regional Eleitoral foi comunicado e as pessoas foram retiradas do local. Esta é uma das principais preocupações da Justiça Eleitoral para o período pós-votação, já que foram registrados outros casos no interior do estado.
Apenas pessoas anteriormente credenciadas pelas legendas junto à Justiça Eleitoral podem exercer esse papel. O prazo de cadastro de fiscais partidários para o segundo turno das eleições terminou no dia 28 de outubro, e há ainda um limite de fiscais para cada partido atuando dentro das seções eleitorais.
É o que explica o juiz diretor do gabinete institucional de segurança do TRE, Paulo Tamburini.
“Houve algum movimento no início da manhã de pessoas que apareceram em alguns locais, em algumas sessões de votação, se dizendo fiscais e que não cumpriram com esse credenciamento no prazo legal. Eles foram orientados a procurar os respectivos partidos para então é que se fosse do interesse deles enviar os fiscais que estavam credenciados para fazer o trabalho”.
Operações policiais
O dia de votação foi relativamente tranquilo em Minas Gerais, sem registros de filas ou outros problemas para o eleitor. Foram registradas algumas trocas de urnas e houve queda de energia elétrica em uma seção no interior do estado, no município de Bias Fortes, nas rural de Barbacena, na Zona da Mata. A votação, entretanto, seguiu normalmente, já que a urna eletrônica tem bateria com autonomia para cerca de dez horas.
Um balanço feito pela Polícia Militar aponta que foram registradas, até o momento, 125 ocorrências relacionadas com as eleições. Além disso, 31 pessoas foram presas por crimes eleitorais, como filmar ou fotografar o voto dentro da cabine, fazer boca de urna ou propaganda irregular.
O caso que chama mais atenção vem de Poços de Caldas, no Sul de Minas, onde um mesário foi detido porque estaria induzindo eleitores a votarem em um determinado candidato. De acordo com a PM, o mesário vestia uma camisa do Brasil.
A polícia também revelou uma maior preocupação com o pós-eleição e com a possibilidade de confronto entre eleitores dos dois candidatos. O diretor de operações da PM, coronel Flávio Godinho, explica como será a atuação da polícia para evitar embates entre os dois lados.
“O momento crítico de uma matriz de risco começa a se colocar após as 17 horas, porque é uma situação incerta. Então é uma preocupação, mas que é uma preocupação nossa, em função do planejamento que nós temos, que não tem que se traduzir para uma preocupação da população. As coisas continuam acontecendo na maior calmaria. Se realmente acontecer a comemoração de algum candidato, nós estaremos lá para garantir o direito dessas pessoas se manifestar, comemorar ou o cenário que for apresentado”.