O presidente Jair Bolsonaro (PL) abriu a entrevista na RecordTV na noite deste domingo (23) repudiando as ações do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), que atirou e feriu dois agentes da Polícia Federal que iriam cumprir uma ordem de prisão contra ele em sua casa no município de Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro.
Bolsonaro disse que, ao tomar conhecimento do caso, enviou o ministro da Justiça, Anderson Torres, à cidade de Juiz de Fora (MG) para acompanhar o caso.
“Disse a ele que o tratamento dispensado deveria ser o de bandido, quem atira em policial, bandido é. Não poderia falar mais nada para a imprensa [sobre o caso] porque a captura do Jefferson estaria em andamento e poderia comprometer o andamento da operação”, afirmou.
Bolsonaro repetiu, ainda, o discurso das últimas horas, em que passou a tentar se descolar da imagem de Roberto Jefferson, seu aliado até então e acusou seu adversário Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de tentar tirar proveito do caso.
“O outro candidato quer tirar proveito político disso. Disse que o Roberto Jefferson coordena minha campanha e é meu amigo. Não tem nada de amizade e em meados de setembro agora, abriu uma queixa-crime contra mim e o ministro da Defesa no Supremo Tribunal Militar”, disse.
Bolsonaro disse, ainda, repudiar a maneira como o ex-parlamentar se referiu à ministra Cármen Lúcia, do STF. “Nenhuma mulher deveria ser tratada dessa maneira”, afirmou o presidente em referência às declarações de Roberto Jefferson em que ele diz que a ministra era uma “prostituta arrombada” e uma “bruxa”. Ele também se referiu a Cármen Lúcia como “Cármen Lúcifer”.
As declarações e o descumprimento de medidas cautelaras embasaram um pedido de prisão contra Roberto Jefferson pelo ministro Alexandre de Moraes.