A Câmara Municipal de Belo Horizonte irá decidir, até o fim de fevereiro, se abrirá um processo de cassação contra o vereador Léo Burguês (União Brasil). Uma representação contra o parlamentar foi enviada à Procuradoria da Casa nesta segunda-feira (30) e um relatório pedindo ou não a cassação do vereador será levada ao presidente Gabriel Azevedo (sem partido), que pediu celeridade na análise do caso.
Burguês foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais, na última sexta-feira (27), por uma série de crimes, como corrupção, peculato, advocacia administrativa, ocultamento de bens e lavagem de dinheiro. O documento baseou um pedido de cassação assinado pelo advogado Mariel Marra.
Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (30), o presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (sem partido), afirmou ter recebido o pedido de cassação e que não irá “ajudar nenhum colega”, referindo-se a Burguês.
“Quero deixar claro que, ocupando essa Presidência, não vou ajudar nenhum colega diante da corrupção. Não pratico e tenho horror à corrupção e atuarei firmemente no seu combate”, afirmou.
Ainda nesta segunda, a Corregedoria da Câmara Municipal de Belo Horizonte publicou um ofício dando prazo de cinco dias para que o vereador Léo Burguês se manifeste sobre as acusações levadas a cabo pela Polícia Civil e também sobre os episódios envolvendo a agressão ao vereador Rubão (PP) e de calúnia contra a ex-presidente da Câmara e deputada federal eleita, Nely Aquino (Podemos).
O vereador apareceu, de surpresa, na entrevista coletiva realizada no plenário da Câmara e se defendeu das acusações. Segundo ele, o relatório da PCMG foi vazado de forma criminosa.
“Lamento que isso esteja acontecendo por um vazamento, um crime por parte da autoridade policial. É um procedimento que está em segredo de justiça e é vazado para a imprensa para atacar minha honra, minha família e meu mandato”, afirmou.
Burguês disse que irá ao Ministério Público nesta terça-feira (31) e que seus assessores prestaram depoimento “de forma espontânea” para colaborar com as investigações.
“Essa é uma peça inusual. Normalmente, um pedido de indiciamento tem 10 a 15 laudas. E essa tem 271 laudas. E porque? Um indiciamento normal é objetivo, mostra o crime, o artigo e pede a penalidade. Mas esse tenta convencer a imprensa, o juiz ou o MP com ilações e com escutas telefônicas”, afirmou.