Vencedor das eleições primárias da Argentina, também chamadas de Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (Paso), o economista
Na prática, as Paso servem para que a população defina quem, de fato, vai disputar a presidência da República. Deputado, Milei tem o sentimento antipolítica como um dos motes de sua campanha. “¡Que se vayan todos!” — “Fora, todos!”—, diz trecho da música eleitoral dele, que traz, entre outros tópicos, críticas à inflação que assola a Argentina. Ele, aliás, prometeu “acabar” com os problemas inflacionários.
De tendência liberal na economia, Milei costuma flertar com o ultraliberalismo. Ele é a favor do fechamento do Banco Central argentino e, certa feita, chegou a defender até mesmo a legitimidade da venda de órgãos. No campo dos costumes, já deu declarações contrárias ao aborto e, embora seja católico, é próximo a um rabino judaico de nome Axel Shimon Wahnish.
“Temos muitas coisas em comum. A começar que queremos o bem dos nossos países. Defendemos a família, a propriedade privada, o livre mercado, a liberdade de expressão e o legítimo direito à defesa. Queremos, sim, ser grandes, à altura de nosso território e de nossa população”, diz Bolsonaro, em gravação publicada na quarta-feira (10) por Milei.
Além do ex-chefe do Palácio do Planalto, o argentino busca manter diálogo com outros líderes internacionais do mesmo campo político. Entre eles, o estadunidense Donald Trump e o chileno José Antonio Kast.
A vitória de Milei, um homem de cabelos grandes e desgrenhados, fã de rock e ex-goleiro do Chacarita Juniors, pequeno time do futebol argentino, também foi festejada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
“Um ano atrás era um sonho, daí virou meta e hoje é realidade. Um excelente começo para o que pode ser a mudança real que a Argentina precisa Com vizinhos livres do socialismo o Brasil tem um ambiente mais favorável retomar o caminho da liberdade”, FALOU.
A ‘motosserra’ de Milei
Se, no Brasil dos anos 1960, Jânio Quadros se valia de uma “vassourinha” para protestar contra o fim do que chamava de “bandalheira”, Milei resolveu lançar mão de uma motosserra. A ferramenta é uma alegoria utilizada por ele para defender o enxugamento da máquina pública. Na lista de propostas está, por exemplo, a diminuição, de 18 para oito, do número de ministérios.
Ao buscar o voto dos eleitores jovens durante a campanha das prévias, por exemplo, Milei utilizou a palavra “casta” para se referir aos políticos. Ao recorrer ao termo, queria dizer que os mandatários da Argentina estavam imunes à crise econômica que atinge a população.
Embora tenha pouco efeito prático, a vitória nas prévias é, geralmente, um bom sinal para o primeiro colocado. O atual presidente, Alberto Fernández, ganhou a primeira etapa eleitoral em 2019. Seu grupo político, batizado Unión por la Pátria (União pela Pátria), lançou
Em segundo lugar, ficou Patricia Bullrich, do “Juntos por El Cambio” (Juntos pela Mudança). Bullrich é descrita como uma representante da direita convencional, que, antes do período de Fernández, governou a Argentina por meio de Mauricio Macri.