WhatsApp vigia os usuários, diz CEO do Telegram

Você é um dos cerca de 2 bilhões de usuários de todo o mundo que usam o WhatsApp com frequência? Então, sua privacidade pode estar em risco. Pelo menos, é o que afirma Pavel Durov, fundador do Telegram, um concorrente da plataforma.

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No Twitter, Durov afirma que cibercriminosos podem ter acesso a tudo o que usuários do WhatsApp têm em seus telefones. Ele lembra que o próprio mensageiro informou, em setembro, sobre duas falhas que poderiam ser exploradas remotamente a partir do envio de um vídeo malicioso ou de uma chamada de vídeo pela plataforma.

O especialista diz que diferentes bugs têm colocado os usuários do WhatsApp em risco desde 2017, quando o WhatsApp passou a ter criptografia. “Mesmo que uma atualização recente tenha corrigido o erro informado pela plataforma, é provável que já haja outra falha lá”, destaca. Isso porque são backdoors intencionais usados para vigiar os usuários.

Durov lembra que, como o WhatsApp não tem código aberto, pesquisadores de segurança não podem verificar facilmente a existência de falhas. “O WhatsApp oculta propositalmente os códigos de seus aplicativos para que ninguém possa estudá-los completamente”, reforça.

Ele acrescenta, ainda, que as diretrizes do Telegram priorizam a privacidade do usuário. “Não quero convencer as pessoas a mudarem para o Telegram: temos mais de 700 de usuários ativos e mais de 2 milhões de inscrições diariamente. Não precisamos de promoção adicional”, diz. “Use qualquer aplicativo de mensagens, mas fique longe do WhatsApp – ele é uma ferramenta de vigilância já há 13 anos.”

Uma das ocorrências de fraude mais frequentes a partir do WhatsApp no Brasil é a clonagem do perfil. Ela tem pouca relação, entretanto, com falhas no código no app: está atrelada a engenharia social e à boa-fé de usuários ao receberem mensagens no aplicativo. Em 2020, entretanto, Jeff Bezos, o fundador da Amazon, teve o celular invadido a partir do WhatsApp.

A invasão do celular dessa forma dá acesso a informações pessoais bastante valiosas. Além de ter acesso a contas de e-mail e demais cadastros em diferentes plataformas, os cibercriminosos podem obter dados como RG, CPF, endereço e outros — e usá-los para a prática de golpes variados.

WhatsApp se defende

Will Cathcart, diretor do WhatsApp, defende a plataforma ao lembrar que o mensageiro oferece criptografia de ponta a ponta. “O Telegram tem cópias das mensagens dos usuários e isso me preocupa”, diz. Para ele, Durov tem, sim, intenção de atrair usuários para o Telegram. “É lamentável ver o Telegram tentando e usando desinformação como tática para crescer.”

Neste ano, o WhatsApp lançou diversos recursos voltados a privacidade, mas pouco falou sobre falhas de segurança no código. A reportagem da Itatiaia entrou em contato com o WhatsApp para mais detalhes, mas a empresa apenas indicou o post de Cathcart no Twitter.