Menos de 48 horas após o término do primeiro turno, os candidatos à Presidência que foram para o segundo turno correm para anunciarem apoios de outros candidatos e figuras políticas. Nesta terça-feira (4), o PDT e o quarto colocado nas eleições de 2022, Ciro Gomes (PDT) anunciaram apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Já Bolsonaro recebeu, no Palácio do Planalto, os governadores eleitos Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro. Em encontro no aeroporto de Congonhas, recebeu apoio do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que ficou em terceiro lugar na disputa pela reeleição.
O PT ainda aguarda uma definição do MDB e da candidata Simone Tebet, que ficou em terceiro lugar nas eleições deste ano.
Saiba quem já declarou apoio a Lula e Bolsonaro no segundo turno
Ciro Gomes e PDT
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“Tomamos uma decisão unânime a decisão de apoiar o mais próximo da gente, que é a candidatura do Lula, que eu chamo de candidatura do 12 + 1", disse fazendo alusão ao número do PDT e do petista na urna. Lupi ainda definiu Bolsonaro como representante “do atraso do atraso do atraso”.
Ciro, por sua vez, gravou um vídeo de pouco mais de 2 minutos em que disse acatar a decisão do partido,
“Acompanho a decisão do meu partido PDT. Frente as circunstâncias é a última saída. Lamento que a trilha democrática tenha se afunilado a tal ponto que reste para os brasileiros, ao meu ver, duas opções insatisfatórias”, disse o canddiato que ficou em quarto lugar na corrida eleitoral, com cerca de 3 milhões de votos.
Cidadania
O partido Cidadania, que fazia parte da coligação que deu sustentação à candidatura de Simone Tebet (MDB) no primeiro turno, se adiantou e manifestou apoio a Lula no segundo turno das eleições.
O posicionamento foi confirmado pelo presidente da legenda, Roberto Freire, nesta terça-feira (4), que já tinha anunciado seu apoio pessoal ontem.
“Decidiu pelo apoio ao candidato do PT no segundo turno. Uma decisão que foi quase por unanimidade. Tivemos 3 votos defendendo neutralidade. Unanimidade contra Bolsonaro”, afirmou.
Tasso Jereissati (PSDB)
O senador pelo Ceará Tasso Jeireissati, que já foi presidente do PSDB, declarou apoio a Lula e disse esperar que o petista se comprometa com um governo de “pacificação”.
“Minha posição é Lula. Evidente que o partido tem que discutir alguns pontos com a equipe dele, mas o que está em jogo para nós é a democracia e a democracia acima disso tudo. E esperando que Lula se comprometa com um governo de pacificação”, afirmou em entrevista ao Estadão.
Romeu Zema (Novo)
O governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi a Brasília nesta terça-feira (4) e
“Um estado como Minas Gerais não podia ficar neutro. Nas minhas propostas há uma proximidade muito maior com aquelas do presidente Bolsonaro, e elas diferem em uma série de questões com as propostas do candidato do PT”, pontuou Zema.
Em Minas Gerais, a diferença entre Lula e Bolsonaro foi de cerca de 560 mil votos e é essa diferença que Zema pretende tirar em favor do atual presidente.
Cláudio Castro (PL)
O governador reeleito do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), também esteve em Brasília para selar apoio a Bolsonaro.
“Eu, como sou do partido do presidente, sou apoiador do presidente, não tinha como não vir aqui e tentar, me esforçar muito para o Rio ser a capital da vitória da eleição do presidente Bolsonaro”, declarou Castro, ao lado do chefe do Executivo.
“Então, presidente, mais uma vez aqui, não preciso lhe franquear o meu apoio porque isso o senhor já tem desde sempre. Mas dizer aqui que o Rio de Janeiro vai se superar, já tivemos mais de 800 mil votos de diferença e, agora, vamos sacramentar sua vitória”, emendou o governador reeleito no primeiro turno.
Rodrigo Garcia (PSDB)
Fora do segundo turno das eleições para o Governo de São Paulo,
“Durante toda a eleição de primeiro turno eu disse que São Paulo é um estado desenvolvido, que recebe a todos, que ajuda quem precisa e que o PT nunca governou nosso estado. Essa mesma avaliação faço para o Brasil. O que eu não quero para São Paulo, eu não quero para o Brasil”, afirmou.
Sérgio Moro e Deltan Dallagnol
O ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça durante parte do governo de Jair Bolsonaro, Sérgio Moro (União Brasil) também anunciou apoio ao antigo aliado, com quem rompeu durante o mandato de Bolsonaro. Moro foi eleito senador pelo Paraná nas eleições deste ano.
O ex-procurador do Ministério Público Federal (MPF), Deltan Dallagnol, que chefiou as investigações da operação Lava Jato, também anunciou o apoio ao candidato à reeleição.
“Precisamos unir centro e direita em favor do combate à corrupção, de políticas públicas com base em evidências e de valores da cultura judaico-cristã que dão base à nossa sociedade como amor, compaixão e serviço às pessoas”, afirmou.