A Praça Sete de Setembro é um dos locais mais famosos de Belo Horizonte. Afinal, quem nunca marcou de se encontrar com alguém em frente à lanchonete de fast food, do lado das mesas de damas ou na escadaria do UAI (Psiu, para os mais íntimos). E não dá para negar que o maior charme da Praça Sete é o obelisco que fica no cruzamento da Afonso Pena com a Amazonas. Aliás, obelisco não: pirulito da Praça Sete!
Mas quem se acostumou com a paisagem do “Centrão” da capital mineira não imagina que a Praça Sete nem sempre teve esse nome e que o famoso “pirulito” já foi abandonado em um lote vago, além de ter ficado por quase duas décadas na Savassi, emprestando seu espaço na Praça Sete para os “fundadores” de Belo Horizonte. Conheça mais uma história de BH.
Praça Sete de Setembro ou 14 de Outubro?
Assim como a avenida Bias Fortes nem sempre se chamou Bias Fortes, a Praça Sete era nomeada Praça 14 de Outubro. A data marca a fundação da Comissão de Estudos das Localidades Indicadas para a Nova Capital, criada em 1891. Como o próprio nome diz, a comissão foi responsável por escolher o território da nova capital.
A mudança de nome veio em 1922, na comemoração do 1º centenário da Independência do Brasil, mas o “pirulito” só chegou ao local dois anos depois, no dia 7 de setembro de 1924. De acordo com o Governo de Minas, o obelisco foi esculpido em uma pedreira de Betim, na Grande BH, e chegou até a capital pela linha férrea.
O “pirulito” é pesado: são 120 toneladas de pedra distribuídas em 28 blocos com altura total de 13,5 metros. O monumento é decorado com placas de ferro do artista Francisco de Paula Rocha e candelabros de ferro fundido do austríaco João Amadeu Mucchiut (1872-1938).
Pirulito da Praça Sete na…Savassi?
A partir de 1924, o “pirulito” se tornou um dos principais pontos turísticos de Belo Horizonte e se fez presente no imaginário sobre a nova capital mineira. Mas, com o passar dos anos, o número de moradores cresceu (muito além do esperado) e o número de carros também.
Por conta do crescente fluxo de veículos, o prefeito Amintas de Barros decidiu retirar o “pirulito” da Praça Sete em 1962, abandonando-o em em um lote vago ao lado do Museu Abílio Barreto, no bairro Cidade Jardim. O prefeito também é famoso por ter retirado as centenas de árvores do tipo Fícus da Afonso Pena, que estavam infestadas de pequenos insetos (carinhosamente apelidados de “amintinhas “ em homenagem a Amintas de Barros).
O pirulito acabou sendo levado para a Praça Diogo de Vasconcelos (a Praça da Savassi), em 1963, mesmo ano em que a Praça Sete ganhou uma nova atração: o Monumento aos Fundadores e Construtores. Esculpido por Hildegardo Leão Veloso, a obra traz os rostos de quatro nomes importantes para o nascimento de Belo Horizonte: Aarão Reis (engenheiro), Augusto de Lima (presidente de Minas Gerais, cargo de governador), Afonso Pena (também presidente de Minas) e Chrispim Jacques Bias Fortes (presidente de Minas e o
Praça Sete é quem?
A tentativa da prefeitura não foi muito bem aceita pela população e o Monumento aos Fundadores acabou saindo da Praça Sete em 1970. Atualmente, os quatro grandes rostos de bronze estão “escondidos” dentro do Parque Municipal, na chamada Praça dos Fundadores.
Já o “pirulito” continuava na Praça da Savassi. E foi lá, longe da sua “casa”, que ele acabou sendo tombado como patrimônio de Minas Gerais, em 1977, entrando para o
Mas como dizem por aí, “o bom filho a casa torna”. E o “pirulito” voltou para a Praça Sete em 1980, durante o mandato do prefeito Maurício Campos. Com o fechamento dos quarteirões na região da Praça Sete, o obelisco deixou de ser visto como um empecilho ao fluxo de carros e voltou a embelezar o “centrão” de BH.
(Com informações de Iepha e Arquivo Público Mineiro e de BH)