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Usuários de ônibus reclamam de valor cobrado para linhas alimentadoras: ‘pagar R$ 4,20 para transitar dentro do bairro’

Valor da linha alimentadora permanece R$ 4,20; moradores que utilizam apenas o serviço relatam que o trajeto é curto para o valor cobrado

Valor da passagem em linhas alimentadoras será mantido em R$ 4,20

Usuários de ônibus reclamam que o valor da passagem para usar linhas alimentadoras, aquelas que fazem o trajeto do bairro até estações do Move, segue o mesmo. Apenas neste sábado (8), a Itatiaia recebeu pelo WhatsApp de denúncias várias reclamações de usuários insatisfeitos.

Nesta manhã, a passagem de ônibus voltou a custar R$ 4,50 em Belo Horizonte, após 76 dias. E, quem pegou o transporte público, notou que segue pagando R$ 4,20 para se deslocar para bairros vizinhos. Em contrapartida, quem usou o Move percebeu que a integração reduziu para R$ 0,30.

No fim de abril, a passagem de ônibus na capital mineira subiu de R$ 4,50 - valor cobrado desde dezembro de 2018 - para R$ 6,00. Até esta sexta, era cobrado R$ 4,20 para usar as linhas alimentadores e mais R$ 1,80 de integração com o Move. Antes desse aumento, era cobrado R$ 3,15 para usar as linhas alimentadores e mais R$ 1,35 para o Move.

A decisão de manter o valor da passagem para linhas alimentadoras desagradou quem apenas utiliza o serviço. “Acho que é caro pagar R$ 4,20 para transitar dentro do bairro. Enfim, tem a superlotação também, às vezes o trabalhador quer ir do bairro somente até a Estação Pampulha. É um caminho não muito longo para pagar R$ 4,20 de passagem em condições péssimas”, explica a estudante Stephanie Ferreira, que mora no bairro Céu Azul, na região de Venda Nova.

Augusta Silva, moradora do bairro Juliana, na região Norte de Belo Horizonte, ficou surpresa ao pagar R$ 4,20 para transitar no bairro. “Estão agindo de má-fé”, afirmou em mensagem enviada para o WhatsApp da Itatiaia.

Entenda

Na última quinta-feira (6), o Superintendente de Mobilidade Urbana, André Dantas, explicou em coletiva que as linhas alimentadores seguem cobrando R$ 4,20 para que haja um “equilíbrio no sistema”, justificando que a cobrança é necessária para que a prefeitura de Belo Horizonte não passe o valor do teto do subsídio, que é R$ de 512,8 milhões. Este valor será repassado para as empresas de ônibus que operam o sistema de transporte público da capital.

“Nós temos uma tarifa de referência, que é utilizada por mais de 90% de todo o sistema, ou seja, as pessoas usam uma linha alimentadora e depois integram completando o valor de R$ 4,50”, explica o superintendente.

Ele esclarece: “Há uma necessidade de manter o valor de R$ 4,20 para que nós não tenhamos que superar o teto estabelecido com os R$ 512,8 milhões. É uma equação matemática que nós temos que privilegiar a oferta do serviço. Em contraposição, nós tivemos toda essa criação das gratuidade”. Em seguida, o superintendente acrescenta: “É bom destacar que a tarifa foi mantida em R$ 4,20”.

Sobre as gratuidades, Dantas se refere ao Vale Transporte de Saúde, para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS); Auxílio de Transporte Social, para famílias em situação de extrema vulnerabilidade social e econômica; e Auxílio Transporte Mulher, para deslocamento das mulheres em situação de violência econômica e/ou social.

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.