A mãe e avó do menino Ian, morto em janeiro deste ano por traumatismo craniano, se emocionaram enquanto aguardavam a audiência de instrução e julgamento do caso. O pai e a madrasta de Ian são acusados de maus-tratos contra a criança e foram indicados pela Polícia Civil em março de 2023.
Em frente ao Fórum Lafayette, onde na tarde desta terça-feira (8),
“Estamos aqui querendo justiça, ele saiu da minha casa vivo, saiu perfeito. A gente não tem mais vida, está tudo difícil para gente. Para mim que sou avó, para a mãe, para os irmãozinhos, para os meus outros netinhos. Eu não consigo respirar”, desabafou a avó da vítima.
Também chorando, a mãe de Ian, Isabela Carolina de Almeida Costa, disse que não tem dúvidas de que foi a madrasta do menino que o agrediu e que o pai a acobertou no crime, deixando de prestar socorro ao filho.
“Eu só quero justiça e que eles vão a júri popular. Tudo que aconteceu já está mais do que comprovado. Acompanhamos com indignação, toda a hipótese da queda foi descartada, foi comprovada a agressão e que só ela [a madrasta] estava em casa com o Ian”.
Audiência não tem hora para acabar
Durante a audiência de instrução, serão ouvidos o pai e a madrasta de Ian, além de outras 24 testemunhas. É nesta fase do julgamento que são recolhidas as provas e depoimentos de réus, peritos, testemunhas e informantes. Segundo o advogado da família de Isabela, o dr. Fabrício Cassanjo, a expectativa é que o casal siga da audiência direto para o júri popular.
“A gente espera que tanto madrasta quanto o pai saiam daqui já direto para o tribunal de júri. Vão ser ouvidas as testemunhas de defesa do pai da madrasta e também de acusação. Não tem nenhum tipo de justificativa, foi um crime bárbaro e a gente espera pelo homicídio duplamente qualificado. Aqui não tem hora para acabar, vão ser no mínimo umas 24 testemunhas a serem ouvidas”.
Ainda segundo o advogado, o casal continua preso para resguardar a segurança da mãe do Ian, que já havia denunciado o ex-companheiro e a madrasta do filho por ameaça.
“Casal continua preso até pela segurança da própria mãe, porque já existe um processo antigo no qual ela era ameaçada, tanto pelo pai quanto pela madrasta”, explica Fabrício Cassanjo.