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Qual a relação entre esportes, saúde no trabalho e desempenho? Especialista explica

Estudos globais e análise de especialista do Sesi revelam que exercícios regulares vão além da saúde física, impactando produtividade, reduzindo estresse e fortalecendo o clima organizacional em um cenário pós-pandêmico desafiador.

Esportes e saúde no trabalho são aliados do alto desempenho profissional

Em um mundo corporativo que ainda busca recuperar os níveis de bem-estar pré-pandêmicos, a prática regular de atividade física surge não apenas como um pilar da saúde individual, mas como um catalisador estratégico para o sucesso profissional e organizacional. Seus benefícios transcendem a condição física, se refletindo na clareza mental, na gestão do estresse e na coesão das equipes.

Esta constatação é reforçada pelo “Global Work Wellbeing Report” (Relatório Global de Bem-Estar no Trabalho) de 2024, publicado pela plataforma de empregos Indeed que compilou dados de uma investigação conduzida pelo Centro de Pesquisa em Bem-Estar da Universidade de Oxford. O relatório aponta um declínio persistente nos níveis de bem-estar desde a pandemia, com o estresse afetando quase 60% dos trabalhadores globalmente.

Investir no movimento é, portanto, investir em capital humano e desempenho. Empresas que reconhecem essa conexão colhem resultados mensuráveis, como maior produtividade e um ambiente de trabalho mais resiliente e engajador, conforme sugere a análise do relatório, que correlaciona bem-estar e performance empresarial.

Mente sã, corpo ativo

A conexão entre corpo e mente é fundamental. A atividade física regular, incluindo treinos de resistência foram destaque no relatório de Microtendências 2025 do Global Wellness Institute (GWI) como cruciais para a saúde cerebral. A prática de esportes otimiza o fluxo sanguíneo para o cérebro.

Esse processo é vital para nutrir as células nervosas e aprimorar funções cognitivas como memória e foco. O GWI também aponta que exercícios estimulam a produção do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), uma proteína essencial para o aprendizado e a plasticidade cerebral.

Esse ganho cognitivo se reflete diretamente na performance profissional. Leonardo Saraiva de Souza, analista de Lazer e Esportes do Serviço Social da Indústria (Sesi), destaca à Itatiaia que um dos indicadores mais evidentes é o “aumento da produtividade”. Colaboradores mais dispostos e mentalmente ágeis tendem a apresentar maior eficiência e capacidade de resolução de problemas.

Alívio da tensão

O estresse crônico no ambiente de trabalho é uma epidemia silenciosa e a atividade física funciona como uma válvula de escape eficaz. Programas que integram exercícios, técnicas de gerenciamento de estresse e bons hábitos de sono contribuem significativamente para a resiliência dos profissionais. Práticas como yoga, por exemplo, mencionadas também no relatório do GWI, mostram-se eficazes na regulação do sistema nervoso e no combate à ansiedade e depressão.

A “redução do estresse” é um dos benefícios primários, afirma Souza à Itatiaia. Ele acrescenta que feedbacks como “percepção de melhoria do bem-estar”, “melhora no humor” e “aumento da disposição” são termômetros importantes do sucesso dessas iniciativas. Nas empresas, o impacto é perceptível pela “redução de afastamentos por questões osteomusculares e psicossociais”, complementa o analista do SESI.

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Laços fortalecidos

O bem-estar no ambiente de trabalho também depende intrinsecamente de fatores sociais, como o sentimento de pertencimento e a inclusão, elementos destacados como cruciais pelo relatório da Indeed. Atividades físicas coletivas ou incentivadas pela empresa podem ser uma ferramenta poderosa para fortalecer esses aspectos, criando um ambiente mais colaborativo e positivo.

Leonardo Souza confirma que “o desempenho e o clima da equipe tendem a melhorar” com a prática regular de exercícios, pois eles fomentam “a cooperação, o foco e o senso de pertencimento”. O resultado são “ambientes de trabalho mais saudáveis, motivados e produtivos”. A “maior integração entre colegas”, citada por ele como um feedback valioso, ilustra bem esse fortalecimento do capital social corporativo.

Um investimento estratégico

Incorporar a atividade física na cultura da empresa vai além de oferecer um benefício adicional; é uma decisão estratégica que alinha a saúde dos colaboradores aos objetivos do negócio.

Ao promover um estilo de vida mais ativo, as organizações não apenas demonstram cuidado genuíno com sua equipe, mas também cultivam um terreno fértil para a produtividade, o engajamento e a inovação. O tão almejado “equilíbrio entre vida pessoal e profissional”, mencionado por Souza, torna-se mais alcançável, gerando um ciclo virtuoso de bem-estar e resultados.

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Amanda Alves é graduada, especialista e mestre em artes visuais pela UEMG e atua como consultora na área. Atualmente, cursa Jornalismo e escreve sobre Cultura e Indústria no portal da Itatiaia. Apaixonada por cultura pop, fotografia e cinema, Amanda é mãe do Joaquim.