México aumenta tarifas de importação sobre o Brasil, China e outros países

Medida aprovada pelo Congresso mexicano ainda precisa ser sancionada pela presidente Claudia Sheinbaum

Presidente do México deve sancionar medida que entra em vigor em janeiro de 2026

O Senado mexicano aprovou na noite de quarta-feira (10) uma proposta que prevê o aumento das tarifas de importação de uma série de países, incluindo Brasil, China, Índica e África do Sul, fundadores do BRICS junto com a Rússia. As tarifas devem afetar cerca de 1.463 produtos de 17 setores.

Inicialmente, a proposta aprovada na Câmara dos Deputados aumentava ou imporia novas tarifas de até 50% a partir de 2026, mas a maioria foi reduzida para entre 20% e 35%. Apenas casos específicos a tarifa inicial foi mantida, como no caso dos automóveis. No senado, o projeto foi aprovado com 76 votos e apenas 5 contrários, além de 35 abstenções.

A medida ocorre em um momento de pressão dos Estados Unidos sobre o México, como forma de atingir o comércio chinês. A cobrança de 50% deve impactar principalmente a China, responsável pela venda de 20% de carros no México em novembro, segundo dados da Associação Mexicana de Distribuidores Automotivos.

O ministério do Comércio da China disse, nesta quinta-feira (11), que acompanhará o novo regime tarifário do México, mas alertou que tais medidas “prejudicarão substancialmente” a balança comercial entre os dois países.

“A China sempre se opôs a todas as formas de aumento unilateral de tarifas e espera que o México corrija essas práticas unilateralistas e protecionistas o mais rápido possível”, declarou o Ministério do Comércio.

Além dos países fundadores do BRICS, também são afetados pelo tarifaço mexicano a Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Nicarágua, Tailândia, Taiwan e Vietnã.

Comércio Brasil-México

A Itatiaia procurou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), responsável pela política de comércio exterior, para um posicionamento sobre a nova taxação. Porém, até o fechamento desta matéria, não houve retorno. O espaço segue aberto.

Em agosto, o ministro do Comércio e vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) liderou uma comitiva para ampliar o acordo comercial com o governo da presidente Claudia Sheinbaum. Atualmente, o comércio entre Brasil e México é regulado por dois acordos de complementação econômica: ACE-55, que abrange produtos automotivos, e o ACE 53, que reduz ou elimina tarifas de importação de quase 800 produtos não automotivos.

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Segundo o governo, a balança comercial com o México foi de US$ 13,6 bilhões em 2024. O objetivo da missão foi fortalecer a complementaridade econômica com um cronograma de trabalho que será concluído em julho de 2026.

“O que nós estamos trabalhando com o México é atualizar, ampliar os acordos de comércio exterior e investimento. Eles têm mais de 20 anos. No caso do ACE-53, ele cobre praticamente 12% do fluxo do comércio bilateral. Uma cobertura pequena. Foi feito um entendimento para discutir a ampliação”, disse Alckmin.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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