O dólar mostra volatilidade em dia de disputa técnica em torno da taxa Ptax (índice que reflete o valor médio das cotações de compra e venda da taxa de câmbio real/dólar). Após abrir em queda nesta quinta-feira (31), alinhada ao desempenho externo, a moeda americana ganha força ante o real e no exterior, em reação aos dados da inflação PCE e de emprego dos Estados Unidos. Contribuem também recuo do minério, petróleo e os PMIs industriais e de serviços chineses piores que o esperado.
Aqui, o déficit primário do governo brasileiro em junho e uma melhora de avaliação do presidente Lula em pesquisa após o tarifaço dos EUA contra o Brasil podem estar ajudando a pressionar o real de forma limitada, devido os sinais hawkish do Copom na esteira da manutenção da Selic, como era esperado. Parte do mercado prefere um candidato de direta às eleições de 2026 por ver maior probabilidade de realizar um ajuste fiscal mais profundo das contas públicas.
O ministro da Fazenda,
Pesquisa AtlasIntel/Bloomberg mostra que a aprovação do presidente Lula atingiu 50,2%, ultrapassando a desaprovação de 49,7% pela primeira vez em 2025. A aprovação tem aumentado desde maio, em meio a ameaças tarifárias dos EUA. A imagem positiva de Lula subiu para 51% e ultrapassou a negativa (48%). Já o ex-presidente Jair Bolsonaro possui 44% de imagem positiva e 55% de negativa e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está com 47% de imagem positiva e 46% de negativa. Lula lidera todos os cenários da disputa eleitoral de 2026 contra a direita.
A taxa de desocupação no Brasil ficou em 5,8% no trimestre encerrado em junho, no piso das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast. A mediana indicava desemprego de 6% no período.
Em relação ao dados fiscais, em junho, o setor público consolidado do Brasil registrou um déficit primário de R$ 47,091 bilhões, agravando-se em relação ao déficit de R$ 33,740 bilhões em maio, conforme informações do Banco Central. O resultado foi pior que as previsões do mercado, cuja mediana apontava para um déficit de R$ 41,0 bilhões. No primeiro semestre de 2025, houve um superávit primário de R$ 22,029 bilhões (0,36% do PIB) e, em 12 meses até junho, um superávit primário de R$ 17,925 bilhões (0,15% do PIB).
Com agências