O setor de franquias no Brasil registrou um crescimento nominal de 12,8% no segundo trimestre de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023, conforme a Pesquisa Trimestral de Desempenho da Associação Brasileira de Franchising (ABF). A receita do setor aumentou de R$ 54,253 bilhões para R$ 61,205 bilhões. No acumulado do semestre, o crescimento foi de 15,8%, com o faturamento passando de R$ 105,107 bilhões para R$ 121,766 bilhões.
Esse desempenho positivo foi impulsionado pelo bom resultado dos setores de varejo e serviços, especialmente nos segmentos de saúde, beleza e bem-estar, alimentação/food service e casa e construção, que apresentaram os melhores desempenhos. Mesmo com a Páscoa ocorrendo em março, a demanda por cuidados estéticos, valorização do bem-estar e convivência social permaneceu alta.
O crescimento do franchising ocorreu em um cenário econômico favorável no Brasil, com a economia crescendo 2,5% no primeiro trimestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023, segundo o IBGE. O setor de serviços cresceu 3,0% no primeiro trimestre e 2,3% nos últimos quatro trimestres, impulsionado pela recuperação do consumo interno, turismo e tecnologia. Por sua vez, o mercado de trabalho também mostrou sinais positivos, com queda no desemprego e aumento dos salários, apesar da inflação acumulada de 4,5% nos últimos 12 meses até julho.
Apesar das enchentes no Rio Grande do Sul, que impactaram o faturamento local, o crescimento do setor se manteve robusto. A ABF estima que o impacto das enchentes represente cerca de um mês de faturamento das franquias na região.
O número de trabalhadores no setor de franquias cresceu no segundo trimestre de 2024. A mão de obra empregada aumentou de 1,612 milhão para 1,674 milhão, uma alta de 3,85%. Houve também um aumento no número de operações de franquias, com um acréscimo de 4.273 operações, totalizando 193.151 no país. Foram abertas 4,3% mais franquias e encerradas 1,6%, resultando em um saldo positivo de 2,7%.
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O segmento de saúde, beleza e bem-estar liderou o crescimento, com uma alta de 21,7%, impulsionado pelo uso de inteligência artificial para produtos personalizados, aumento nas vendas de produtos farmacêuticos e diversidade nos produtos oferecidos. O setor de alimentação/food service cresceu 16,4%, beneficiado pela busca por alimentação de melhor custo-benefício e experiências gastronômicas como forma de lazer. Já o segmento de casa e construção cresceu 15,1%, impulsionado pelo aumento do crédito imobiliário e incentivo à compra de imóveis e reformas.
Outros segmentos de destaque incluíram entretenimento e lazer (13,9%), moda (13,2%), serviços e outros negócios (12,4%) e hotelaria e turismo (11,1%). A distribuição de receita e operações por região mostrou alta no faturamento no Sudeste e estabilidade nas outras regiões, com aumento progressivo no Nordeste, Centro-Oeste e Norte.
A ABF também mensurou a força de trabalho nas franquias, constatando que a quantidade média de colaboradores se manteve em nove nas lojas próprias e franqueadas, quatro em quiosques e operações móveis, e três nas franquias digitais. Nas operações home based, a média subiu de três para quatro colaboradores.
A pesquisa da ABF para o período de abril a junho de 2024 envolveu 405 redes, representando cerca de 30% das operações e 39% do faturamento do setor.
