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João Batista Melo, o novo imortal da Academia Mineira de Letras

Escritor, cineasta e compositor foi eleito nesta segunda (16) para ocupar a cadeira de número 02 e substitui Benito Barreto, morto em 2025

João Batista Melo, eleito para a cadeira nº2 da Academia Mineira de Letras

A Academia Mineira de Letras tem novo imortal, eleito para a cadeira de nº 2. O escritor, cineasta e compositor João Batista Melo recebeu 32 votos e foi o escolhido entre os 16 candidatos que se apresentaram.

O resultado foi anunciado na tarde desta segunda-feira (16) pela Academia Mineira de Letras. A eleição ficou a cargo da comissão de apuração, que é formada por Rogério Faria Tavares e Carlos Herculano Lopes, ambos acadêmidos, e presidida pelo presidente da AML, Jacyntho Lins Brandão. A data da posse do novo acadêmico ainda não foi divulgada.

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A cadeira nº 2

Os acadêmicos eleitos para a Academia Mineira de Letras são empossados para uma cadeira numerada, que identifica seu fundador e seu patrono. Dessa forma, se inscrevem em uma linhagem de escritores, sempre lembrados.

A cadeira nº 2, que agora será de Batista Melo, tem como fundador o escritor Aldo Delphino dos Santos Ferreira Lobo e como patrono Arthur França.

Além deles, a cadeira já foi ocupada por:

  • José Oswaldo de Araújo,
  • Oswaldo Soares da Cunha e
  • Benito Barreto, que morreu em 2025.

Repercussão na AML

Jacyntho Lins Brandão, presidente da AML, divulgou uma mensagem de boas-vindas ao novo acadêmico:

“é com alegria que a Academia Mineira de Letras recebe seu novo integrante, João Batista Melo, na secessão do saudoso Benito Barreto. João Batista tem uma produção literária cheia de talento, além de incursionar também pela música e o cinema, tendo recebido prêmios importantes. A tudo isso se acrescenta ser um amigo e frequentador assíduo da AML, a qual sem dúvida enriquece com suas qualificações”.
Jacyntho Lins Brandão, presidente da AML

Antenor Pimenta, ocupante da cadeira 14, também divulgou mensagem sobre o novo colega:

“Eu conheço o João Batista Melo há 41 anos. O primeiro livro dele que eu li foi O Inventor de Estrelas, que me tocou profundamente. Depois eu li As Baleias do Saguenay, Patagônia e, por último, O Veludo das Lagartas Verdes, um livro de sensibilidade extraordinária, assim como o próprio João. O texto dele é impecável, as frases são mágicas. Ele é um menino que teve uma influência muito grande, tanto do Cortázar, do Bois, do realismo mágico, e do Murilo Rubião, inclusive”.
Antenor Pimental, imortal da cadeira 14 da AML

Biografia de João Batista Melo

Nascido em Belo Horizonte, em 20 de junho de 1960, João Batista Melo é autor de diversos livros, muitos deles premiados. Entre eles, estão:

Romances

  • O veludo das lagartas verdes (Faria e Silva/Alta Books, 2024),
  • Malditas fronteiras (Benvirá/Saraiva, 2014), vencedor do Prêmio Cidade de Belo Horizonte (Fundação Municipal de Cultura),
  • Patagônia (Rocco, 1998), premiado com o Cruz e Sousa de Romance (Fundação Catarinense de Cultura).

Contos

  • Descobrimentos (Devir, 2011),
  • O colecionador de sombras (Record, 2008),
  • Um pouco mais de swing (Rocco, 1999), vencedor do Prêmio Biblioteca Nacional,
  • As baleias do Saguenay (Rocco, 1994 / Moinhos, 2019), ganhador do Prêmio Paraná e do Prêmio Cidade de Belo Horizonte,
  • O inventor de estrelas (Imprensa Oficial de Minas Gerais, 1991 / Editora Lê, 1992), que recebeu o Prêmio Minas de Cultura e o Prêmio Guimarães Rosa.

Ensaio

  • Lanterna mágica: infância e cinema infantil (Civilização Brasileira, 2011), finalista do Prêmio Jabuti.

João é formado em Comunicação Social e mestre em Multimeios pela Unicamp. Além disso, tem atuação no audiovisual e na composição.

Coordenadora de jornalismo digital na Itatiaia. Jornalista formada pela UFMG, com mestrado profissional em comunicação digital e estratégias de comunicação na Sorbonne, em Paris. Anteriormente foi Chefe de Reportagem na Globo em Minas e produtora dos jornais exibidos em rede nacional.