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Praça da Liberdade ganha murais com obras de artistas indígenas

Artistas indígenas trazem suas obras para a fachada do Memorial Minas Gerais Vale a partir desta quinta-feira (27)

A fachada do Memorial Vale, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, será contemplada com uma galeria de arte indígena, com obras feitas por mulheres da tribo Pataxoop. A exposição Cosmogonias, que ocupa os tapumes que estão no local, será inaugurada nesta quinta-feira (27), às 17h.

As obras expostas são de Liça Pataxoop e Kawany Tamoyos. Depois da inauguração, elas participarão de uma roda de conversa na Galeria Principal do Espaço Cultural da Escola de Design da UEMG, às 18h.

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Quem é Dona Liça Pataxoop

Dona Liça Pataxoop é uma mulher indígena, artista e professora da aldeia Muã Mimatxi, da etnia Pataxoop, em Itapecerica, Região Centro-Oeste de Minas. Ela traz para a Praça da Liberdade os tehêy - uma forma de desenho-narrativa.

Essa forma de arte conta uma história por meio das ilustrações. Os tehêy, em específico, trata da história do povo Pataxoop e é usado por Dona Liça para transmitir os saberes ancestrais ao seus alunos. “O nosso ensino que diferente do ensino das letras. Se fosse uma letra, eu só ia sentir se eu lesse aquela letra. Só de eu ver a imagem, eu já sinto o ensino que ela está levando, mostrando e apresentando o meu povo nestes lugares urbanos”, explica a artista.

Quem é Kawany Tamoyos

Artista visual, designer, comunicadora anticolonial e mineira de origem indígena, Kawany Tamoyos, conhecida como Kakaw, também ocupa os tapumes da fachada do museu. Suas obras questionam a representação das mulheres indígenas na sociedade contemporânea, rompendo estereótipos e expandindo o entendimento sobre a diversidade dos povos indígenas no Brasil.

“Minha intenção com a minha produção artística é repensar como a gente representa os povos indígenas, especialmente as mulheres indígenas. Como a gente é colocada nas mídias, seja nas novelas, nas TVs, enfim, como essas representações seguem sendo extremamente estereotipadas e como ignoram a diversidade dos povos que a gente tem no Brasil. O meu desejo de criar esse diálogo entre tradição e contemporaneidade, de pensar o urbano com as raízes, é mostrar que existem diversas possibilidades do corpo indígena no mundo. Desde as pessoas que vivem em um contexto urbano, as que estão em aldeias, as pessoas de retomada, aquelas que tiveram uma vivência completa em aldeia desde a infância. Mostrar para as pessoas que existem diversas possibilidades de existência como povo indígena”, explica Kakaw.

Serviço

Inauguração Exposição Cosmogonias

  • Data: Quinta-feira (27), às 17h
  • Local: Praça da Liberdade, em frente ao Memorial Minas Gerais Vale

Roda de conversa com as artistas

  • Data: Quinta-feira (27), às 18h
  • Local: Galeria Principal do Espaço Cultural da Escola de Design da UEMG - Praça da Liberdade / Rua Gonçalves Dias, 1434 - Lourdes

*Sob supervisão de Marina Borges

Paula Arantes é estudante de jornalismo e estagiária do jornalismo digital da Itatiaia.