A Igreja Católica, em setembro, enfatiza o seu compromisso profético e urgente com a proteção do meio ambiente. Durante momentos celebrativos e programações especiais, a Igreja ensina sobre a íntima conexão entre o meio ambiente - a Criação - o Deus-criador, alertando que a humanidade, tenha recebido de Deus a missão de cuidar da natureza, se dedicado principalmente à exploração e à depredação. Essa postura irresponsável causa esgotamentos que afetam todos, especialmente populações mais pobres e vulneráveis.
A Igreja, portanto, lança um apelo para que se resgate uma robusta consciência cidadã, capaz de inspirar corresponsabilidade no cuidado dos bens da Criação. Para isso, é essencial semear esperança e adotar um novo estilo de vida, fundamentado na ecologia integral. Essa mudança deve garantir o equilíbrio na relação com a “casa comum”. Para que esse equilíbrio seja alcançado, a cidadania é desafiada a ser uma “semente de esperança”, inspirando-se nas dinâmicas da própria natureza - sempre generosa.
O Papa Leão XIV, em mensagem para o Dia de Oração pela Criação, no início deste mês, lembra das flores que crescem à beira do asfalto, embelezando áridos cenários, de modo gracioso. O ser humano é chamado a também assumir atitudes de renúncia e de doação, vencendo o egoísmo que alimenta depredações. O planeta está “caindo em ruínas” e a relação entre o esgotamento da Terra e a injustiça social é inegável. É crucial combater a ganância que leva ao desflorestamento, poluição e perda de biodiversidade. A Carta Apostólica Laudate Deum, do Papa Francisco, alerta para o aumento dos fenômenos climáticos extremos, causados pela ação humana. Ignorar a influência humana nestes fenômenos, desconsiderar o compromisso com a justiça e a paz pode levar a consequências devastadoras.
A noção de desenvolvimento que trata a natureza como mera mercadoria agrava a desestabilização social e a desigualdade. O ser humano não pode ter um domínio despótico sobre a natureza. O Papa Leão XIV, por sua vez, sublinha a importância da justiça ambiental, que é inseparável da justiça socioeconômica. Todos são chamados a ser guardiões da obra de Deus, efetivando ações e projetos que promovam a conversão ecológica por meio de um novo estilo de vida e legislações adequadas. Zelar pela Criação significa construir uma sociedade baseada na fraternidade solidária. Diante da ganância, a oração e a beleza da Criação são fontes de inspiração e lições que fortalecem o compromisso com o cuidado da Terra.