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Vasco e Cruzeiro: na real, em campo e nas arquibancadas, a tradição

E que ninguém queira me convencer de que Vasco e Cruzeiro, com 65 mil pessoas no Maracanã, não é clássico

Partida entre Cruzeiro x Vasco na Série B do ano passado, no Mineirão

O técnico Paulo Pezzolano no início da campanha celeste insistiu com a torcida que esquecesse a historia do clube e seus momentos de glórias para se concentrar na dura realidade.

O Vasco da Gama viu a imprensa e a torcida misturarem o fracasso do ano passado com a campanha inicial de 2022. O clube carioca precisou de uma sequência de vitórias para esquecer as trapalhadas do time anterior.

O Cruzeiro faz um campeonato de dar inveja aos demais, e o Vasco ostenta a invencibilidade da competição. Por enquanto, apenas artigos de luxo em prateleiras quase vazias de méritos dos últimos anos. Mas, convenhamos, dá um gostinho bom.

Domingo, como sempre foi nos momentos de elite do futebol brasileiro, os olhares estarão voltados para saber como se comportarão em campo times de camisas pesadas e salas de troféus abarrotadas de memórias imortais. Porém, será comum alguém perguntar ‘quem é aquele camisa tal?’, seguido do comentário: ‘joga direitinho hein?’.

O Cruzeiro SAF de Ronaldo Fenômeno de um lado, e do outro o Vasco da Gama de namoro firme com um parceiro endinheirado. Casamento previsto para julho, se a família de São Januário concordar.

Vasco e Cruzeiro, na real, em campo e nas arquibancadas, a tradição de quem precisa pontuar para garantir uma das quatro vagas para o doce regresso à Série A em 2023.

Como diz Pezzolano: ‘vamos viver o momento difícil de cada um dos clubes’. Todavia, de mãos dadas, firmes e enamorados pelo amor platônico de quem é cruzeirense e vascaíno, jamais saberão explicar porque se amam tanto e assim.

E não serei eu, abusado entendedor, para decifrar o DNA das multidões que se arrastam pelos os estádios da vida.

Mineiro de Formiga, Wellington Campos está na Rádio Itatiaia desde agosto de 1990, atuando como correspondente no Rio de Janeiro, cobrindo o dia-a-dia da CBF, Seleção Brasileira e STJD, além dos clubes cariocas e os esportes olímpicos. Participou das coberturas das Copas do Mundo de 1994 (EUA), 1998 (França), 2002 (Coréia do Sul e Japão), 2006 (Alemanha), 2010 (África do Sul) e 2014 (Brasil).