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Vaca louca e gripe aviária tiram o sono dos produtores brasileiros

A gripe aviária ronda as fronteiras do Brasil e a vaca louca entrou sozinha no Pará

Doenças podem impactar exportações e preço no mercado interno

Vaca louca e gripe aviária ao mesmo tempo provocariam uma crise sem precedentes no agronegócio brasileiro. O Brasil é o maior exportador de carne de frango e bovina do mundo.

A morte de um boi numa fazenda no interior do Pará pela doença da vaca louca é um fato. Falta apenas receber o resultado dos exames enviados a um laboratório de Alberta no Canadá, o que deve acontecer ainda hoje.

O ministério da agricultura assim que o resultado do exame chegar vai anexá-lo a outros documentos e entregá-los ao embaixador da China no Brasil. Os chineses podem aceitar o documento de imediato ou decidirem por uma avaliação presencial.

Até que os chineses se pronunciem os embarques de carne bovina para a China estão suspensos, o que preocupa o mercado brasileiro que sofreu um baque com a notícia da vaca louca.

A B3, em São Paulo teve queda máxima na arroba do boi que levou um tombo de 5.7%, derrubando também as ações dos frigoríficos. O mercado de carne ficou travado o dia inteiro e não houve movimentação de preços, nem para cima e nem para baixo.

A metade da produção da carne bovina exportada pelo Brasil è comprada pela China. Em 2021, quando houve casos semelhantes em Minas e Mato Grosso os chineses suspenderam as importações por 90 dias.

Enquanto se define a situação do boi brasileiro, o frango vai se escondendo como pode da gripe aviária que vem progredindo também na Argentina. Paraguai e Brasil continuam sem contato com o vírus até o momento. Monitoramento total nas fronteiras e cuidados específicos nos criatórios.

É muito grande o risco que vivem os produtores de carnes de boi e frango no Brasil nesse momento. Um desequilíbrio no mercado causaria um estrago na economia do agronegócio.

Somos também o maior exportador mundial de carne de frango e os produtores que tiveram um ano tão ruim no mercado interno não podem levar mais uma pancada.

Somando-se a esse 2 perigosos riscos sanitários, os produtores também dormem com um olho aberto vigiando o movimento do Carnaval Vermelho, que anda pelas madrugadas promovendo invasões ilegais.

Produtor rural no município de Bambuí, em Minas Gerais, foi repórter esportivo por 18 anos na Itatiaia e, por 17 anos, atuou como Diretor de Comunicação e Gerente de Futebol no Cruzeiro Esporte Clube. Escreve diariamente sobre agronegócio e economia no campo.