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Gripe aviária no Brasil vai refletir no mundo inteiro

O desabastecimento no maior exportador de frango no planeta vai repercutir em todos os continentes.

Mapa da Gripe Aviária no mundo

A situação está apertando para Brasil e Paraguai, que ligaram alerta vermelho contra a gripe aviária, que já foi detectada em todos os outros países da América do Sul.

As fronteiras sanitárias estão reforçadas pelas autoridades do governo e os produtores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso trabalham 24 horas também protegendo as fronteiras com Argentina, Uruguai e Bolívia.

As previsões são as piores possíveis se o vírus chegar ao Brasil. Quando se detecta um caso, obrigatoriamente num raio de 3 quilômetros todas as outras aves são abatidas.

Os Estados Unidos, país muito preparado a nível sanitário, registraram 2 surtos nos últimos 6 meses e abateram mais de 50 milhões de cabeças. Hoje, o americano vive com o desabastecimento do ovo e da carne de frango, com preços nas alturas.

No Brasil, se a gripe aviária se espalhar, será um desastre econômico no setor de proteínas. Somos os maiores exportadores mundiais de frango, carne que, no momento, é a mais acessível para o consumidor. Se o ovo está caro, o preço vai mais longe se faltar o produto no mercado.

O vírus da gripe aviária tem poder de contaminação sobre os humanos, porém os casos registrados não trazem os riscos que são para as aves.

Porém, a Organização Mundial de Saúde alerta que o vírus da gripe já levou à morte mamíferos como a raposa e a lontra, na Inglaterra, e leões marinhos encontrados mortos dias atrás em praias peruanas. Uma modificação genética no vírus já houve!

E não se pode prever o risco que a próxima alteração pode trazer para os humanos.

Carne suína subindo, tilápia disparando, se o frango também sobe, a vaca acompanha e o boi vai atrás. Por questões religiosas ou não, vai aumentar o número de pessoas sem comer carne na quaresma!

A atenção com a possível chegada da gripe aviária não deve se restringir apenas aos produtores e autoridades sanitárias, porque a contaminação e a velocidade da propagação da doença entre as aves é semelhante à Covid nos humanos.

Por isso, todos os criadores de galinhas nos quintais de casa, sítios e fazendas, apenas para consumo próprio ou não, precisam ficar atentos. Ao perceberem qualquer sinal, chamem imediatamente uma autoridade sanitária para tentar conter o avanço.

Percebendo que a galinha caminha cambaleante, tem tosse, diarreia, para de botar ou tem morte súbita, cuidado: o vírus pode estar na sua porta.

Produtor rural no município de Bambuí, em Minas Gerais, foi repórter esportivo por 18 anos na Itatiaia e, por 17 anos, atuou como Diretor de Comunicação e Gerente de Futebol no Cruzeiro Esporte Clube. Escreve diariamente sobre agronegócio e economia no campo.