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Inflação segue para o centro da meta

IBGE mostrou, nesta quarta-feira (7), que o IPCA veio dentro das expectativas do mercado em maio

Agora, a inflação está bem perto do centro da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3,75%

A inflação de maio, divulgada nesta quarta-feira (7), veio dentro das expectativas do mercado. O IPCA, de 0,23%, ficou um ponto abaixo da previsão, que era de 0,24%. Com isso, a inflação em 12 meses está em 3,94%, e o acumulado do ano chega a 2,95%.

A festa do mercado financeiro, portanto, é real. A inflação realmente está em queda e abre espaço finalmente para que o Banco Central comece a cortar a Selic, a taxa básica de juros.

Na minha opinião, o BC não cortará a taxa Selic agora em junho, porque em abril já era previsto que a inflação cairia e chegaria ao menor nível em junho, antes de voltar a subir.

É o comportamento da volta da pressão inflacionária que o Banco Central quer medir para ver o tamanho da facada que poderá dar na Selic.

Agora, a inflação está bem perto do centro da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3,75%.

Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, sete apresentaram alta, mas os dois que caíram são bem significativos: transporte e artigos de residência.

Tivemos também ontem a divulgação do GPI que mostrou uma deflação a maior.

No Brasil, desde os anos 1940 a gente não tinha uma deflação dessa magnitude. Isso porque as grandes commodities estão em queda: é queda do petróleo, do minério, da soja e do milho, e com isso temos um alívio no bolso do consumidor.

O mercado financeiro brasileiro reage bem, subindo 1%. O dólar no zero a zero.

Se os juros voltarem a cair no Brasil, o fluxo de dólares entrando para a renda fixa diminui, por isso o dólar se mantém na faixa de R$ 4,90 e os juros futuros sinalizam queda. Assim, varejistas e incorporadoras (setores mais sensíveis à disponibilidade de crédito) apresentam as maiores altas do Ibovespa.

Rita Mundim é Mestre em Administração, Especialista em Ciências Contábeis pela FGV e em Mercado de Capitais pela UFMG, economista pela UFMG, professora da Fundação Dom Cabral. É tambem CFG (Certificação ANBIMA de Fundamentos em Gestão) e CGA (Certificação de Gestores ANBIMA) e Administradora de Carteiras de Valores Mobiliários (CVM). É membro do Conselho de Política Econômica da FIEMG.