A crueldade do flagelo da fome em Gaza é uma ferida que deve comover toda a civilização contemporânea. As cenas de desespero revelam atrasos humanitários em uma era de avanços científicos, insuficientes diante das crises políticas que provocam extermínios. Confrontar essa realidade exige responsabilidade das autoridades envolvidas e também dos líderes globais, que devem exercer a corresponsabilidade cidadã. O planeta não pode aceitar que seres humanos padeçam com a fome — um flagelo que afeta crianças e idosos. Essa chaga está presente também no Brasil, manchando nosso tecido social.
Compadecer-se do semelhante privado da alimentação essencial pode inspirar um novo estilo de vida, baseado no consumo responsável. A fome, em Gaza e no mundo, precisa ser pauta global transformadora, e não simples marketing de campanhas político-eleitorais. Vencer esse flagelo exige fidelidade a valores éticos sólidos para combater guerras, privilégios, corrupção e interesses mercadológicos que perpetuam crises. Investir em uma nova cidadania, justa e solidária, é o caminho. A Doutrina Social da Igreja Católica destaca o princípio da solidariedade como base, reconhecendo a igualdade em direito e dignidade.
A solidariedade ilumina a interdependência entre pessoas e povos. Sem ela, prevalecem autoritarismos e manipulações em detrimento do bem comum. Como princípio social, a solidariedade liberta instituições dessas influências negativas; como virtude moral, compromete-se com ações concretas para superar a pobreza. Promover o bem comum é fundamental para alcançar a paz. O Magistério Social da Igreja reforça que reconhecer esses laços sociais abre espaço para a liberdade e o desenvolvimento de todos, preparando líderes humanistas e cidadãos comprometidos com a igualdade social, superando individualismos.
Os bens da Terra, criados por Deus, devem ser administrados e partilhados com justiça e caridade. O flagelo da fome será vencido pelo respeito à destinação universal dos bens — um princípio moral e cultural essencial. A fome é um problema moral e ecológico que desafia a inteligência humana a encontrar soluções reais e urgentes, pois quem tem fome não pode esperar. Reduzir os bens da criação a meros valores comerciais é grave equívoco; a segurança alimentar de todos deve ser prioridade.
Ignorar o sofrimento dos famintos é imoral e abominável. A sociedade deve denunciar o desperdício e exigir ações firmes dos governantes. Quem tem fome tem pressa. É urgente que todos — políticos, líderes, cidadãos — assumam a responsabilidade de superar essa ferida dolorosa da humanidade.