O América venceu o Bragantino na Copa São Paulo de Futebol Júnior com um gol no finalzinho, marcado pelo garoto Adyson. Ele bateu um pênalti que ele mesmo sofreu. Só que ele bateu de cavadinha.
E aí o gol viralizou. E aliás, foi um golaço, diga-se de passagem. E pênalti tem golaço. Esse, do Adyson, foi um deles.
Isso me fez lembrar lá atrás no anos 90, quando o Marcelinho Carioca bateu um pênalti de cavadinha vestindo a camisa do Corinthians. E o Vanderlei Luxemburgo, que era o técnico na época, pagou pau para o Marcelinho.
Pessoalmente, eu gosto. Mostra personalidade e fica plasticamente bonito. Mas… e se o Adyson perde esse pênalti? Se ele dá uma cavadinha depois dos 40 minutos, numa partida de mata-mata, o América não faz o gol e é eliminado?
Será que todo mundo que está batendo palmas hoje e elogiando o Adyson estaria batendo palma ou as críticas viriam? Ou o garoto iria ter até a sua carreira colocada em risco, por conta desse pênalti e dessa “coragem” que ele teve para bater?
Eu acho que ficaria um pouco no meio termo. A personalidade é legal, é uma forma de bater. Só que nós, enquanto comentaristas, precisamos ser coerentes também. Se a gente elogia um jogador que faz uma cavadinha num pênalti decisivo e ele faz o gol, não dá para chegar no dia que ele perder um gol ou perder um pênalti, também num jogo decisivo, e dizer que ele foi irresponsável e etc. É muito legal para o atleta quando faz o gol. Mas, e quando perde? Eu deixo aí essa pergunta.
Se eu fosse treinador, eu ia chamar o Adyson no canto e falar “garoto muito legal , é bonito, mostrou personalidade. Mas se você perde, você coloca a sua carreira em risco. Então, da próxima vez, num jogo decisivo, bate o pênalti de uma maneira mais séria, com mais seriedade. Se perder, talvez não falariam tanto quanto falariam se você perdesse um pênalti de cavadinha”.
Eu sei que muita gente pensa o contrário, mas para refletir sobre isso, eu vou ser coerente com o que eu penso.
