Impressionam as coincidências entre as saídas de Antonio Mohamed e Eduardo Coudet do Atlético em duas temporadas seguidas. Mas o curioso nessa história é que só foi demitido aquele que tinha melhor aproveitamento, embora a distância seja pequena entre os dois treinadores argentinos.
O Turco caiu com o clube na terceira posição da Série A e com um aproveitamento total de 69,6%. Ele foi demitido porque a diretoria entendia que o Galo, que tinha acabado de ser eliminado pelo Flamengo das oitavas de final da Copa do Brasil, não apresentava um desempenho satisfatório.
Agora, Coudet deixou o Atlético com 67,6% de aproveitamento. Seu time é quarto colocado no Brasileirão e vem de eliminação traumática nas oitavas da Copa do Brasil para o Corinthians.
Ambos foram campeões mineiros, mas Mohamed carregava ainda o título da Supercopa do Brasil sobre o Flamengo, nos pênaltis, na Arena Pantanal, em Cuiabá.
As duas saídas, no meio da temporada e sem que o aproveitamento do time fosse insatisfatório no geral, assim como a colocação na Série A, sendo a saída da Copa do Brasil um trauma, escancaram um problema sério quando se faz a opção por um treinador: convicção.
A falta de convicção em Antonio Mohamed era evidenciada pelo fato de ele ser a sexta opção depois de o clube receber várias respostas negativas na tentativa de substituir Cuca, comandante nos títulos do Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Brasileirão em 2021.
Agora, a multa milionária deixa claro que o Atlético temia a falta de continuidade do trabalho de Eduardo Coudet, que já tinha deixado o Internacional no meio de uma temporada em 2020, com Rodrigo Caetano como diretor de futebol do Colorado.
O que começa com incertezas é difícil dar certo no futebol. E foi assim com Turco e Chacho, que caíram não pelo aproveitamento que o time deles teve em campo, mas porque já chegaram à Cidade do Galo como dúvidas.